A pandemia afetou profundamente a vida das pessoas, alterando bruscamente seus hábitos e costumes. Todos nós fomos moldados por um agente de transformação que mobilizou diversos sentimentos e potencializou o que temos de melhor — e, também, de pior. Esse contexto e suas tantas peculiaridades devem ser levados em conta pelos líderes.
Todas as estratégias organizacionais precisam ser pensadas com base nessas mudanças, que trouxeram impactos psicológicos e atingiram de diferentes maneiras os profissionais. Será necessário construir um ambiente de flexibilidade e de diálogo construtivo. Também, falar mais sobre as dificuldades, propor melhorias, estar aberto a adaptações e ter resiliência.
Além disso, o retorno gradativo ao modelo presencial exige uma atuação em conjunto, envolvendo toda a companhia. Com segurança psicológica e inteligência emocional, administramos as adversidades. Tendo como pressupostos a empatia e a alteridade, o comportamento antifrágil será central para um ambiente mais próspero.
Da mesma maneira, as transformações ocorridas levam à necessidade de reconfiguração das formas de se relacionar. Devemos considerar as particularidades de cada um e rever a comunicação, tornando-a mais efetiva. Líderes impactam o tempo todo o estado emocional da equipe. É preciso ficar atento, pois todos esses elementos, juntos, promovem o desenvolvimento profissional e favorecem o engajamento da equipe.
Na gestão de pessoas, um dos conceitos mais estudados na atualidade é a motivação. Buscamos estabelecer uma prática de estímulo, com objetivo de que os colaboradores alcancem uma melhor performance. Não podemos esquecer que a produtividade está ligada à felicidade e à realização. E esse encorajamento também está conectado à busca pelo propósito de vida de cada um.
Nossas escolhas nos moldam, nos inspiram e nos reconstituem. E isso passa por arriscar, quebrar padrões, descobrir novos caminhos — e, assim, abrir portas e dar vazão aos nossos sonhos. Precisamos, ao mesmo tempo, ter uma percepção real sobre nossas capacidades. É necessário autoconhecimento para saber o que faz sentido para a carreira e o que tem ligação direta com nossos propósitos. Quando não temos esse sentido de direção, a sensação é de que falta algo. E falta mesmo.
Foram grandes os aprendizados nos últimos anos. Nos tornamos pessoas mais tolerantes e comunicativas. Também, acabamos percebendo a importância do convívio social e, principalmente, de atuar em algo que tenha a nossa marca e nos faça feliz. Depois de todo o caos que atravessamos, o propósito é que vai nos guiar e nos fazer evoluir.
Cassiane Rubbo é psicóloga e gerente de Pessoas do escritório SCA Scalzilli Althaus