Com a prevista retomada das atividades nos principais centros do país nos próximos dias, o transporte coletivo será fundamental para que a disseminação da Covid-19 não seja acelerada e a saúde de todos, mantida.
Algumas cidades em todo o Brasil já estão voltando às atividades. E muitas estão obrigando o uso de máscaras no transporte público. Mas isso somente não será suficiente para garantir segurança e bem-estar.
Oferecer um serviço com padrão de qualidade ainda mais elevado será um desafio crítico, ainda mais porque as operadoras de transporte enfrentam um momento de caixa baixo ou zerado em razão do impacto do isolamento social, imposto há mais de um mês, na mobilidade.
Por outro lado, não há aparentemente, por parte dos governos federal, estadual e municipal, prioridade e foco no socorro ou suporte a esse setor vital para a população e, agora, para a retomada “saudável” da atividade econômica.
Já dissemos em diversos momentos que o transporte coletivo público é fundamental para a mobilidade e para o bem-estar da sociedade.
Agora, ganha ainda maior relevância porque dele dependerá a continuidade com segurança, saúde e bem-estar da retomada da economia.
Mas como fazer isto acontecer e o transporte coletivo público ser um fator positivo e decisivo na luta contra a pandemia do Covid-19? Quebrando paradigmas e investindo na eficiência e na qualidade do serviço.
As empresas, tanto do transporte rodoviário como do urbano, estão sem caixa ou quebradas pela redução de cerca de 80% no volume de passageiros. Então, não seria o momento para este setor ser contemplado com recursos e investimentos?
Se a grande maioria da população que precisa do transporte coletivo for exposta diariamente à tradicional lotação por cerca de três horas, como esperar que os índices de contaminação e a incidência de pacientes nos hospitais não cresçam?
Os padrões até então estipulados pelos órgãos gestores precisam ser imediatamente revistos. Mais veículos em circulação, distanciamento, menos gente em cada ônibus e vagão de trem e metrô. E maior frequência nas linhas.
Vai gerar custo? Sim. Que seja colocado na já grande e gorda conta destinada ao combate à pandemia. Seria muito melhor se fosse encarado como um investimento.
A necessidade e utilização de mais veículos para o transporte colaboraria para a retomada mais rápida da economia, com a elevação da demanda imediata e a sua consequente produção.
A indústria já está preparada e quase pronta. Fez mais do que a sua lição de casa e investiu para desenvolver soluções de Biossegurança Onboard, como o inédito e recém-apresentado FIP onboard, fruto da parceria entre a Marcopolo e a Aurratech, que pode ser aplicado rapidamente no salão de passageiros, cabine do motorista e até mesmo no bagageiro de ônibus urbanos e rodoviários, cobrindo 100% das superfícies.
O produto, que sendo testado de maneira pioneira pela Viação Ouro e Prata, operadora de transporte do Rio Grande do Sul, realiza a desinfecção, impedindo a disseminação dos vírus e garantindo proteção por até três dias. (Leia mais sobre o assunto na matéria Marcopolo testa novo sistema de desinfecção de ônibus)
Agora, com a retomada acontecendo em todo o País, o correto e inteligente não seria ofertar um serviço de padrão superior ao habitual para que quem precise utilizar não corra riscos e não sinta medo de se contaminar?
É o que eu desejo e espero.
Acesse o podcast Transporte coletivo público será fundamental na retomada
José Carlos Secco é jornalista especializado na indústria automotiva e de transportes, diretor da Secco Consultoria de Comunicação, de São Paulo, com atuação inclusive na Serra Gaúcha.
E-mail: jcsecco@secco.com.br
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