Uma mudança de mentalidade tem transformado negócios no Brasil.
Antigamente, existia uma visão equivocada de que ou ganhamos dinheiro ou ajudamos o mundo. Mas, hoje, podemos unir ambos os desejos por meio de iniciativas com propósito, ou seja, que apresentam consciência sobre os problemas climáticos e a diversidade no quadro executivo e dão respostas à sociedade em longo prazo. Esse conjunto de critérios é chamado de Environment, Social e Governance (ESG) e é cada vez mais usado por investidores como forma de avaliar uma empresa.
Uma pesquisa da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) revela que 95% das organizações têm o ESG como prioridade. Um outro levantamento da consultoria PWC, com 227 investidores profissionais e analistas de mercado, em mais de 40 países, mostra que sustentabilidade e governança estão entre as cinco principais prioridades para a estratégia de investimentos. A tendência é de mais crescimento, já que os investidores têm mais oportunidades de participarem ativamente de reuniões com executivos, favorecendo a cobrança de ações e dados sólidos em relação às boas práticas ambientais e sociais.
O presidente da BlackRock, Larry Fink, na carta aos CEOs, em 2018, deixou claro que as empresas devem se atentar para a agenda ESG a fim de não perderem atratividade no mercado financeiro. Ele destacou que a capacidade de uma companhia em gerenciar questões em torno do assunto demonstra responsabilidade com o crescimento sustentável.
Diante disso, como as empresas em estágio inicial podem se preparar para atrair investidores-anjos interessados na pauta? O primeiro passo é entender, de fato, o que é e como praticar ações ESG. Organizações que não praticam de forma genuína os pilares em cena perdem reputação e transparência. É preciso ter clareza sobre os fundamentos definidos para trabalhar em seu propósito e posicionamento no mercado.
Já para aqueles que desejam investir em empresas com foco na temática, há inúmeras oportunidades. Ao ter uma direção exata sobre o assunto, o indivíduo deve procurar iniciativas, projetos ou companhias que estejam alinhadas à sua visão.
De qualquer forma, é importante sempre lembrar que o ESG está muito relacionado ao impacto positivo que queremos deixar no mundo. Portanto, é uma excelente oportunidade para refletir sobre como e onde deixar esse legado.
Carolina Gilberti é CEO da Mubius Womentech Ventures, a primeira WomenTech do Brasil.