Sem faturamento e com contas a vencer, algumas empresas da Serra bem que tentaram, mas não conseguiram segurar essas mais de três semanas sem receita por conta das medidas de restrição contra o coronavírus. Com isso, o site vem recebendo informações por parte de pessoas que perderam seus empregos especialmente em organizações de pequeno e médio portes. A desolação toma conta.
Há relatos de funcionários de setores como academias, hotéis e indústrias metalmecânicas sendo dispensados. Existem levas de 15 funcionários demitidos, 40 em outros casos e numa fabricante local os desligamentos nesta segunda-feira (13) envolveriam 150 trabalhadores, número que pode mais do que duplicar até o final do mês nesta mesma unidade.
Também não se sabe como será o retorno às atividades do comércio gaúcho em geral após a restrição por decreto estadual, que se estende até quarta-feira (15). Se, na volta, esse público terá ainda preservados os seus postos de trabalho ou engrossará as estatísticas demissionais.
Na indústria caxiense, a permissão é de retomada gradual (com 25% das equipes) desde a última semana, mas grandes companhias como Marcopolo e Randon só retornaram às operações nesta segunda-feira (13), em função das férias coletivas de 20 dias e, mesmo assim, em formato de flexibilização dos salários aos que não foram convocados para a volta.
Não é o momento de divulgar o nome das empresas que tiveram de demitir. Até porque há vários casos, e não seria justo expor apenas algumas. Até porque elas não são as vilãs da história (o vilão, vale lembrar, é um vírus que pode ser letal). São vítimas, como todos nós, de um cenário incerto e impossível de ser clareado no curto prazo. Integramos uma engrenagem mundial num contexto dramático jamais visto e imaginado.
Fica a dúvida se o índice de apenas 25% de retorno dos empregos da indústria, por ora, ajudará a resolver o problema dos grandes conglomerados fabris.
No momento, tudo ainda é incerto, e a economia começa a mostrar os duros reflexos da pausa forçada. É difícil dizer se as medidas de precaução contra a Covid-19 foram adotadas muito cedo ou se por conta delas o Rio Grande do Sul ainda se mantém sob controle no que tange à doença.
Escolher entre economia e ciência nesse momento não é o melhor caminho. Tentar defender a vida, neutralizando os impactos na economia, parece ser o desafio realmente vital.
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