Poupar, economizar e planejar são verbos ainda pouco usados pela grande maioria dos brasileiros. Como consequência, a inadimplência alcança índices elevados e, de acordo com dados do Serasa, em julho, o Brasil contava com 67,7 milhões de inadimplentes, o maior número da série histórica iniciada em 2016. É um problema que afeta 41,8% da população adulta do país.
Mas como reverter esse cenário? A primeira condição é estabelecer uma relação mais saudável com o dinheiro, pois isso é fundamental para nos prepararmos para uma vida longa e com recursos para cobrir todas as nossas necessidades. Informação e educação financeira são essenciais para atingirmos essa condição.
E aí entra o papel das empresas e das entidades associativas na difusão de informações entre seus colaboradores e também junto à sociedade sobre a importância de olhar o dinheiro como algo a ser preservado para a garantia de um futuro melhor. No entanto, 61% da população não faz qualquer tipo de investimento, como mostra a pesquisa Raio-X do Investidor Brasileiro.
A previdência complementar é uma forma de renda extra durante a aposentadoria. No país, apenas 3% dos aposentados consegue sobreviver com recursos próprios. O benefício médio dos beneficiários da Família Previdência, por exemplo, é de R$ 5,5 mil. Porém, infelizmente, isso chega a uma parcela muito pequena da população. Apenas sete milhões de pessoas no Brasil conseguem usufruir de renda extra das aposentadorias privadas complementares.
Essa é uma situação que precisa mudar logo. Necessitamos evoluir. A realidade não nos deixa muitas alternativas.
Diante do ritmo acelerado de envelhecimento da população e do aumento da longevidade, depender apenas da previdência pública é cada vez mais arriscado. A melhora da expectativa de vida é uma ótima notícia, mas precisamos de fontes de renda que supram as necessidades de uma vida mais longa.
Rodrigo Sisnandes Pereira é diretor-presidente da Fundação Família Previdência.
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