Não é de hoje que ouvimos falar do famoso e polêmico metaverso. Fato é que, por muitas vezes, mesmo sem muito conhecimento desse novo universo, nos arriscamos a falar. Mas será mesmo que não conhecemos? O quanto essa proposta é realmente uma novidade?
De fato, o metaverso é um assunto que já vem de algum tempo, mas é unanimidade entre os grandes pesquisadores desse setor a afirmativa de que ainda é muito cedo para entender qual será o verdadeiro impacto dele na mídia e na vida da população. Mas uma coisa é certa: o ponto de intersecção para o sucesso são as pessoas.
O metaverso nada mais é do que a convergência de todos os avanços tecnológicos que vivenciamos nos últimos anos em um só lugar. A ideia futurista que nos é apresentada por meio de robôs multifuncionais, inteligência artificial, realidade aumentada e todas as outras inovações que ainda vão surgir tem um único propósito: servir as pessoas. Afinal, são elas que consomem, compram, vendem, compartilham e avaliam produtos ou marcas.
A gamificação e a "nova publicidade" também fazem parte desse universo. As marcas entenderam que elas podem e vão fazer parte dessa nova etapa evolutiva da experiência do consumidor. As novas tendências de consumo já estão direcionadas a esse novo cenário e, assim como os produtos, os eventos também aparecem trilhando esse caminho.
Muito impulsionada pela pandemia e pelo isolamento social, a alternativa digital se apresentou como um mundo a ser explorado para eventos, palestras e encontros. Essa dominância tecnológica tende a ficar cada vez mais comum e evoluída com o conjunto de novas tecnologias que conectam em grande escala o mundo físico ao digital, como já é visto em parte da nova Web 3.0.
Dessa forma, as marcas enxergam esse cenário como uma oportunidade de chegar onde antes não seria possível. Os benefícios e possibilidades se tornam infinitos a partir da exploração, levando o direcionamento novamente ao foco central: as pessoas. De fato, as marcas estarão onde nós estivermos.
Recentemente, a Nike exemplificou qual deve ser o novo posicionamento das marcas visando às infinitas possibilidades do metaverso. No ano passado, a empresa americana criou a Nikeland dentro do jogo Roblox e também anunciou a compra da empresa Artifact Studios (RTFKT), especializada na criação de tênis e artefatos digitais. Seu objetivo é claro: crescer no metaverso e atrair amantes da união entre moda e games. Esse novo "universo" será um espaço onde cada um poderá ser o que é, sentindo-se acolhido e seguro. E tudo isso será possível por ser um ambiente colaborativo.
A desconfiança do novo sempre vai existir. Porém, teremos uma grande oportunidade de unir gerações em um lugar em que todos partem da mesma experiência. O metaverso hoje pode parecer algo de outro planeta, mas, com o tempo, iremos entender mais e descobrir o que realmente acontece nessa realidade paralela. Se tudo o que dizem vai dar realmente certo, nós não sabemos. Mas seguimos acompanhando.
Marília Gersely, formada em Publicidade e Propaganda e Pós-Graduada em Produção e Tecnologia Gráfica pelas Universidades de Taubaté e Anhembi -Morumbi. É Head de Planejamento e Criação da MCM Brand.