A tragédia nos mostrou que a sustentabilidade não pode ser um conceito abstrato ou secundário. Cada decisão, cada ação corporativa precisa ser permeada pela responsabilidade ambiental, social e de governança.
O mercado está cada vez mais consciente (consumidores, investidores), exige transparência e compromisso real das empresas. Ele não se contenta mais com promessas vazias; quer ver ações concretas e resultados palpáveis.
Além disso, o desastre trouxe à tona a importância da resiliência. As organizações precisam estar preparadas para enfrentar crises ambientais e sociais, integrando práticas de ESG que não apenas minimizem riscos, mas também promovam um impacto positivo duradouro. A resiliência não é apenas uma questão de sobrevivência, mas de prosperidade sustentável.
Outro aprendizado crucial é a necessidade de colaboração. O enfrentamento dos desafios globais, como as mudanças climáticas, exige um esforço conjunto entre empresas, governos, entidades e sociedade civil.
Parcerias estratégicas, alianças setoriais e o engajamento comunitário são fundamentais para construir um futuro mais sustentável e equitativo. Como exemplo local, com abrangência regional e que pelo conjunto de ações beneficia o estado, cito a iniciativa do movimento SuperAção Serra Gaúcha, encampado pela entidade empresarial CIC Caxias e sindicatos patronais. Seguindo no raciocínio, as empresas que se destacam são aquelas que reconhecem a interdependência e trabalham coletivamente para soluções inovadoras.
O desastre também destacou a importância da inovação. Tecnologias verdes, energias renováveis e processos sustentáveis são não só benéficos para o planeta, mas também vantajosos economicamente. Investir em inovação sustentável pode abrir novos mercados, reduzir custos operacionais e melhorar a reputação da marca. As empresas devem incentivar a criatividade e a pesquisa para encontrar maneiras novas e eficazes de reduzir seu impacto ambiental.
Por fim, a ética e a transparência emergiram como pilares fundamentais. A confiança do público é conquistada através de ações claras e honestas. As empresas precisam relatar suas práticas de ESG com precisão, fornecendo dados verificáveis e mostrando um progresso real. A integridade nas operações não é apenas uma responsabilidade, mas uma vantagem competitiva no mercado atual.
Em suma, o desastre nos ensinou que a sustentabilidade é imperativa e inadiável. A transformação corporativa rumo a práticas mais responsáveis e conscientes não é apenas uma tendência, mas uma necessidade urgente. As empresas que abraçam essa mudança não só contribuirão para um planeta mais saudável, mas também colherão os frutos de um mercado mais robusto e resiliente.
Quelem Selau é gestora ambiental, sócia-fundadora e diretora da APQ Gestão para Sustentabilidade.