Vivemos em um mundo cada vez mais acelerado, que nos cobra agilidade e desempenho. Ter celeridade é uma competência que está em evidência e que ocupa, cada vez mais, o mercado corporativo.
Pensar demais sem gestão, direcionamento e controle, traz um esgotamento emocional enorme, fazendo com que o nível de ansiedade dispare e as entregas se acumulem. Como resultado desse emaranhado, é claro, falhamos! Atrelado à necessidade de alcançarmos resultados, faz-se necessário pensar com criticidade.
Temos de aprender a refletir para evoluir. Devemos fazer uma viagem para dentro de nós mesmos e tentar entender a nossa psiquê. Somos responsáveis pela nossa saúde mental — e não é só o ambiente de trabalho, ou o outro. Você é o grande responsável por proteger e gerenciar a sua emoção. O líder deve ser autoconsciente, reconhecendo suas emoções e as daqueles que estão à sua volta, sendo uma habilidade vital para a compreensão real da situação.
Não entendemos, na maioria das vezes, o impacto da nossa inteligência emocional, a falta dela no outro e o quanto essa relação afeta diretamente as interações com o time, o clima organizacional e, consequentemente, o negócio. Será que estamos preparados? Ter equilíbrio é um desafio.
Precisamos ser emocionalmente inteligentes e reagir de forma adequada ao lidar com equipes. Sentimentos e impulsos atrapalharão as relações e prejudicarão o resultado. Regularmente, não percebemos que estamos lidando com profissionais que esperam de nós o reconhecimento, uma relação de confiança, motivação, inspiração e desenvolvimento. A maneira como lidamos com isso será decisiva no quanto influencio na eficiência, cooperação e produtividade. Profissional desmotivado, que não veste a camisa do negócio, não rende.
Liderança e inteligência emocional estão diretamente ligadas. Muitos líderes tendem a jogar a responsabilidade do que acontece em fatores externos. Porém, é essencial enxergar sua própria responsabilidade no alcance das conquistas e buscar a excelência. Assim como falham no quesito resiliência, buscam resultado, metas cumpridas, mas não preparam o time para serem líderes de si mesmos, para deixarem de serem espectadores passivos e se tornarem protagonistas, sentindo-se livres para expressar o seu potencial criativo.
Cultura e trabalho não se constroem sozinhos. Devemos, como líderes, incentivar a produtividade, promover o autocuidado e amenizar o estresse. É preciso ter cuidado ao reforçar uma cultura do esforço, pois trabalhar mais não significa trabalhar melhor. Temos de focar em criar soluções, resolver problemas e trazer profundidade em tudo o que se faz, com um limite saudável. As pessoas estão buscando, cada vez mais, ter conexões entre trabalho e individualidade, equilibrando com o bem-estar.
A posição de líder é repleta de desafios. Precisamos evoluir como pessoas e instituir todos os obstáculos como estímulos a serem superados. Devemos processar experiências, refletir sobre comportamento e postura e criar um ambiente receptivo ao crescimento. Fácil? Não, precisamos trabalhar nossas habilidades, mas esse gerenciamento é indispensável.
O resultado está vinculado diretamente à coerência de ação ao propósito e autoconhecimento. Ter discernimento, trazer mais consciência e compreensão ao que fazemos, contribuir para disseminar a saúde emocional das pessoas que estão ao nosso redor ou poder asfixiar por sermos o estressor. Tudo isso auxiliará numa atitude colaborativa, influenciando no resultado da equipe e o tornando um exemplo a ser seguido. Empatia e aproximação são indispensáveis nas relações humanas para o sucesso de qualquer empresa.
Cassiane Rubbo é psicóloga e gerente de Pessoas do escritório SCA - Scalzilli Althaus
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