A rápida evolução da tecnologia e as crescentes demandas dos negócios tornaram crucial que as organizações voltem os olhares para a infraestrutura de TI. Na medida em que o cenário corporativo se torna cada vez mais complexo e o ritmo da inovação tecnológica acelera, a abordagem tradicional não é mais suficiente. Além disso, a sustentabilidade e a falta de profissionais também moldarão as estratégias nos próximos anos.
De acordo com pesquisa realizada pelo Gartner, 64% dos CEOs concordaram que reforçar os esforços de ESG atrai investidores. Dos 80% que pretendem investir em produtos novos ou aprimorados, a questão ambiental foi citada como o terceiro maior impulsionador, atrás apenas do desempenho funcional e da qualidade geral. Neste sentido, o estudo mostra também que, até 2025, 50% dos CIOs (profissionais responsáveis pela área de Tecnologia da Informação) terão métricas de desempenho vinculadas à sustentabilidade da organização de TI.
Por isso, os gestores devem buscar reduzir automaticamente o impacto ambiental do seu negócio usando tecnologias que são sustentáveis por design. Equipamentos mais modernos podem reduzir significativamente o gasto com energia. Assim como, nos avanços de eficiência na forma como os data centers são projetados, os locais mais frios podem desempenhar um papel na redução dos recursos necessários para operar os equipamentos.
Outra tendência que deve crescer é a terceirização de mão de obra em TI. O déficit de profissionais não mostra sinais de diminuição. Pesquisa realizada pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom) confirma que o Brasil forma apenas 53 mil pessoas na área por ano, mas são necessários 159 mil profissionais para suprir as necessidades das organizações. O relatório ainda prevê que as empresas de tecnologia demandem 797 mil especialistas até 2025.
Terceirizar os serviços será a saída para driblar a falta de profissionais e ainda obter soluções mais eficientes e econômicas. O mercado de terceirização em TI deve alcançar US$ 425,19 bilhões até 2026, e 64% das empresas já terceirizam toda a sua estrutura de tecnologia.
Outra projeção é que a adoção de data centers definidos por software seja impulsionada. Uma pesquisa da Precedencer Research mostra que esse mercado deve atingir cerca de US$ 328,7 bilhões até 2030, com crescimento de 24,51% de 2022 a 2030.
Um dos principais fatores que impulsionam o mercado de data centers definidos por software é o cenário de TI em rápida evolução. As organizações estão usando esse modelo para reduzir a complexidade da infraestrutura e aumentar a agilidade. Além disso, permite que as empresas economizem nas despesas operacionais, tracem um curso para a modernização e mantenham o controle de provisionamento.
Outro fator importante é a Internet das Coisas (IoT). Esses dispositivos geram grandes quantidades de dados, que precisam ser armazenados e processados com rapidez e eficiência. Isso requer uma infraestrutura de TI robusta que possa lidar com o aumento da demanda e poder de processamento.
Por isso, à medida em que o uso de dispositivos IoT continua a crescer, as empresas devem estar preparadas para adaptar sua infraestrutura de TI e estratégias de gerenciamento de dados. Isso significa investir em redes de alta velocidade, implementar medidas de segurança robustas e desenvolver uma tática que seja escalável, segura e compatível.
O ritmo acelerado da inovação tecnológica exige a adoção de tecnologias de última geração para melhorar a eficiência e a agilidade da infraestrutura de TI. Para se adaptar a essas tendências, qualquer investimento deve ser acompanhado por um estudo que demonstre a importância de destinar recursos para tal ação, evidenciando o valor agregado que será alcançado com uma determinada implantação.
Ricardo Perdigão é diretor da Tecnocomp.