Por Carla Todeschini Sasso*
A passagem para o ano novo é lembrada pela disposição de iniciar uma nova trajetória. É marcada pelo desejo de novas conquistas, novos sonhos e novos objetivos, sejam de caráter pessoal ou então em propósitos de coletividade, nos ambientes de família e de comunidade, por investimentos em conhecimento e profissionais, compartilhando o desejo de muitas realizações, de felicidade, paz, saúde e prosperidade.
Porém, somente após as festas de Natal, de Ano-Novo, do tempo das férias escolares, das férias de trabalho, dos passeios e das viagens em família, do Carnaval, é quando tudo se caracteriza para o início de fato, ou do início de nova temporada e do efetivo começo ou recomeço, por presságios e por circunstâncias próprias de cada vivência.
Do velho ano para o novo ano, alguns desejos são perdidos na agitação, são esquecidos, mas as mudanças positivas e inspiradoras do novo fazer são caracterizadas pela disposição por novas conquistas, em que se estabelecem prioridades para o novo tempo no qual pequenos gestos, sorrisos compartilhados e atos de cuidado elevam o poder de transformação e de realização.
Há quem diga que ”vivemos uma vida apressada, com ritmos às vezes ensurdecedores, quando são, infelizmente, poucas as horas que nossa alma possa ter consciência de si mesma, onde se cala a vida dos sentidos e aquela do nosso espírito e a alma está sem nenhum véu na frente do espelho das lembranças e da nossa consciência” (Hermann Hesse, Notti Insonni, Il piacere dell´ozio – tradução livre).
*Não é possível mudar o mundo inteiro, mas pode-se mudar por inteiro o mundo interior*
Pela oportunidade da passagem das datas, seja por comemorações de virada de ano ou por aniversários, várias são as chances de encontrar um novo rumo ou reencontrar-se no rumo já escolhido, e que pela mudança do mundo interior possa se buscar a harmonia com o mundo exterior. As chances tornam-se renovadas por essas datas, e é ingênuo não pensar assim independentemente da idade, pois tudo está ao alcance de todos, e com determinação e sabedoria pode-se fazer o que é diferente ou melhor ao que chamamos de novo.
Saber escolher o que se quer como novo. Então, que o bom ano novo seja uma espécie de motivação para novas ocasiões e escolhas a qualquer tempo. Se não é possível terminar com as guerras e as injustiças frequentemente noticiadas, possa-se trabalhar e recuperar a existência humana, o meio em que se vive, por gentilezas, sorrisos, cuidados e espiritualidade.
Nada disso mudará o mundo, mas são atitudes assim que ajudarão a transformar as relações, de aproximar, de ser mais concretos, com a sabedoria das pequenas coisas que transformam. E este torna-se assim o desejo de um “verdadeiro novo ano”, verdadeiro ano novo de bem.
* Carla Todeschini Sasso é terapeuta holística, com atuação em Nova Bassano, na Serra Gaúcha
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