“Vista-se mal e notarão o vestido. Vista-se bem e notarão a mulher”. A frase da mestra da alta costura, Coco Chanel (1883-1971), é clássica, pois ainda reflete uma forma de pensar contemporânea sobre a moda, ou melhor, sobre o modo de vestir. É válida hoje como o foi anteriormente. Assim como a roupa, que é cultural e social através do tempo, nossas ideias e pensamentos também podem ser atemporais.
As vestimentas e as visões de mundo são como peles que vamos fortalecendo ao longo da vida e expressam a capacidade de nos diferenciarmos de maneira positiva; mostram escolhas, passam mensagens, são linguagem, comunicação e projeção. Chanel resume melhor: “moda está no céu, na rua, moda tem a ver com ideias, a maneira como vivemos, o que está acontecendo”.
As redes sociais estão repletas de dicas sobre roupas e sobre moda: o que se deve usar e o que é necessário descartar se você quiser parecer este ou aquele tipo de mulher ou passar esta ou aquela informação por meio de sua imagem. As melhores dicas são as que vão além da moda e se tornam ideias e reflexões acerca do vestir.
De minhas incursões pela web, destaco as seguintes: mulher sofisticada é elegante e discreta – e não demonstra essas características somente por meio da roupa e sim, principalmente, pelo comportamento. Outra: o estilo clássico, composto de peças coringa atemporais, equilibradas e sóbrias, pode se tornar mais fluido, minimalista, arrojado, a partir de combinações inusitadas e de adornos associados às diferentes personalidades.
Afinal, cada mulher é única, porém, segundo Chanel, deve também ser duas coisas: “clássica e fabulosa” – ou seja, admirável, sublime e surpreendente. Palavras que, nas mentes e nas mãos de costureiros, designers e lojistas se concretizam em uma variedade enorme de estilos, mas que podem permanecer clássicos. “A moda sai de moda, o estilo, nunca!”, garante Chanel.
É possível, portanto, ser jovem, solar, colorida e... sofisticada. É possível usar transparências, fendas e decotes e permanecer... sofisticada. É possível ser feminina e aguerrida.
Ainda estamos falando sobre roupa? Na dúvida, é só voltar à eterna Coco. A mestra também permanece no tempo, é clássica, imorredoura, sempre renovada. Ela soube que a sofisticação pode ser massificada apenas até o ponto em que as marcas determinam. E a sociedade da imagem que nos perdoe, mas “não é o aparecimento, é a essência. Não é o dinheiro, é a educação. Não é a roupa, é a classe”. Obrigada também por isso, Mestra!
Marcela Mascarenhas é empresária do setor de Moda, Caxias do Sul.