A humanidade tem experimentado um acelerado progresso tecnológico decorrente da acumulação de saberes, tradicionais e inovadores, que, somados, evoluem para novas e disruptivas opções para o desenvolvimento da vida humana. Essas alternativas inovadoras, contudo, ainda não são universais, isto é, ainda são exclusivas de minorias, enquanto a maioria da população padece de severos desafios e grandes incertezas quanto ao futuro ainda persistem.
É nesse contexto que têm evoluído em popularidade e eficiência os aparatos de Inteligência Artificial: ao mesmo tempo em que podem determinar vastíssimos contingentes de desemprego e pobreza, podem liberar e emancipar as individualidades humanas para cargos e trabalhos criativos, em que a razão é temperada pela emoção e a sensibilidade se materializa em diversas inovações econômicas e sociais.
Para que a onda tecnológica seja concretizada em emancipação humana, a educação inclusiva deve ser implementada. Uma educação que seja acessível a todas as pessoas que, de alguma maneira, enfrentem barreiras e obstáculos. Deficiências presentes no ambiente e nas estruturas sociais - mas jamais nas pessoas - são, majoritariamente, os preconceitos de raça, condição social, origem, gênero, opção sexual, religiosidade e diversidade funcional.
A interação nos ambientes educacionais dessa ampla pluralidade de indivíduos transforma os pretensos limites em capacidades e, ao mesmo tempo, estimula as habilidades emocionais e interpessoais de todos. Ou seja, a inclusão é uma ferramenta poderosa no desenvolvimento das capacidades criativas e sensíveis de todos os seres humanos.
Com a inclusão social, as ferramentas de Inteligência Artificial, que poderiam sacrificar enormes contingentes humanos que estão nas masmorras da miséria, transformam-se em instrumentos de emancipação humana, libertando a todos nós para os voos da criatividade, inovação e prosperidade!
André Naves é defensor público federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política.