O termo ESG está em prática nas maiores empresas, mas aquelas de médio e pequeno porte sequer sabem de sua importância e os impactos positivos no desenvolvimento da atividade financeira.
Mas o que é ESG? A sigla significa environmental, social and governance (em português: ambiente, social e governança). Tem como base a crescente preocupação com as questões sociais, ambientais e com o gerenciamento de ativos das empresas. Para resumir, o objetivo principal é modificar todas as práticas não sustentáveis, com o propósito de as empresas adotarem ações que minimizem ou não gerem impactos negativos na natureza e na sociedade e, consequentemente, reduzam custos ao empreendimento.
Pois é, as companhias que conseguirem a implantação e implementação do ESG perceberão, também, economia de recursos financeiros, uma vez que as ações têm como escopo a utilização de energias limpas e o reaproveitamento de produtos recicláveis. Isso sem mencionar as vantagens fiscais (redução na taxa de impostos) dadas pelo Governo para as empresas que promovem a sustentabilidade.
Falando em destaque internacional, as empresas que têm a implementação do ESG ganham em reputação perante investidores, clientes e profissionais do mundo corporativo, podendo buscar novos investimentos, parceiros de negócios, bem como atrair consumidores e colaboradores voltados ao mundo sustentável e com redução de custos.
Mas, para chegar a essa implementação, é imprescindível o apoio jurídico, que trabalhará em conjunto com o Recursos Humanos da empresa, com o intuito de que as boas práticas passem a existir no cotidiano de trabalho, com a legalidade necessária. Por isso, poderão incentivar e apoiar a cultura da diversidade e da inclusão, ou seja, contratar profissionais de diferentes gêneros, classes sociais, raças e religiões. Além disso, a geração de empregos a pessoas com deficiência (PCDs) para estruturar um ambiente interno com acessibilidade.
Mas não bastam as contratações. Também será necessário garantir que todos os colaboradores da empresa tenham as mesmas chances de crescimento e oportunidade de carreira, além de procurar investir na mudança damentalidadede líderes e profissionais internos, através de treinamentos e palestras.
Não podemos esquecer da importância do desenvolvimento da empresa no critério governança, a fim de que este defenda a transparência nos processos, o uso de tecnologias na busca da otimização de tempo, recursos e custos durante as atividades internas. Um bom exemplo é o processo de recrutamento e seleção feito à distância, que dispensa não só o deslocamento dos candidatos até a empresa (redução de dinheiro e emissão de gases poluentes), mas também a utilização de papel (já que os documentos são digitalizados).
As ferramentas tecnológicas são fundamentais para a implantação do ESG na empresa. O software enterprise management programming (ERP), por exemplo, otimiza os fluxos de trabalho entre os setores. Dessa forma, os colaboradores realizam suas atividades com mais rapidez, impedindo a necessidade de estender o expediente – o que encareceria os custos internos com horas extras, energia e água.
Além disso, a tecnologia reduz o consumo de papel, pois os documentos são enviados, assinados e armazenados de forma digital. Existe também a plataforma de admissão, que permite a contratação de um candidato à distância. Em pouco tempo e sem burocracia, o contrato de trabalho é assinado e a documentação reunida. Desse modo, os profissionais evitam deslocamentos desnecessários.
Outra tecnologia que não podemos deixar de citar é o controle de jornadas. Essa ferramenta impede que os colaboradores extrapolem os seus horários de trabalho sem necessidade.
Sendo assim, fica claro que a união dos recursos digitais com o ESG é uma estratégia inteligente para as empresas que se preocupam com a sustentabilidade e querem se destacar no mercado em que atuam.
Enfim, cabe à diretoria, ao jurídico e aos Recursos Humanos da empresa avaliarem a implantação do ESG, com o intuito de solidificar as estruturas fundamentais da empresa para conquistar esse novo conceito sustentável e, também, a redução de custos.
Ciane Meneguzzi Pistorello é advogada, com pós-graduação em Direito Previdenciário e Direito do Trabalho e está concluindo pós-graduação em Direito Digital. É coordenadora e professora de pós-graduação em Direito Previdenciário pela FSG. Presta consultoria para empresas no ramo do direito do trabalho e direito digital.
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