A atividade do turismo de negócios e de eventos foi impactada de forma preocupante em 2020 e, diante dos cenários indefinidos por conta da Covid-19, eu diria também no primeiro trimestre de 2021. A recuperação do ritmo anterior à pandemia neste setor extremamente importante, econômica e socialmente, acredito que acontecerá em 2022, ainda levando em conta algumas aplicações de protocolos de segurança.
Considerando o turismo na sua amplitude, podemos observar que na segmentação de lazer o setor já vem demonstrando uma leve recuperação num formato que movimenta os pilares de gastronomia, entretenimento e lazer, além do de compras, já em boa escala. Porém, no pilar estruturante da hospedagem, a situação é muito preocupante, pois as taxas de ocupação, segundo as entidades que representam o setor, estão ainda muito baixas.
Na área corporativa, vivenciamos a implementação de encontros e eventos online, aproveitando a tecnologia e as novas ferramentas que estão à disposição do mercado. Isso afeta muito a hotelaria, ou seja, menos viagens, menos demanda de hospedagem.
Quanto ao turismo de eventos, podemos afirmar que estamos preparados para a retomada. Protocolos de segurança já testados, eventos já realizados, a exemplo da Feira Internacional de Turismo (Festuris), em Gramado, e da Mercopar, em Caxias do Sul, entre outros, e a necessidade de movimentar todas as empresas e profissionais do setor são indícios, sim, de que é possível a retomada neste momento.
As companhias aéreas, os meios de transporte turísticos e de hospedagem, os centros de convenções e todos os profissionais envolvidos nessa enorme cadeia de valor estão preparados para trabalhar e prover toda a segurança aos participantes dos eventos.
Outro aspecto importante a ser incluído nesta retomada é a questão do formato. Está comprovado que eventos online e eventos híbridos irão ocupar seu espaço de forma natural devido a esse novo cenário que vivenciamos e estamos superando. Esses novos formatos não só surgiram como chegaram para ficar.
A captação de eventos sofreu em Bento Gonçalves e região uma paralisação desde março de 2020. Para este ano, a realidade é somente ajustar os eventos que deveriam ter acontecido no ano de 2020 e, quem sabe, no segundo semestre alguns novos eventos menores e locais ou regionais poderão acontecer de última hora.
Estrategicamente, seria importante não paralisar e realizar o "tema de casa", pois, no momento da retomada, e isso vai acontecer, as cidades e equipamentos que trabalharam prospecção, captação e fomentação de eventos colherão resultados que serão importantes para garantir a recuperação das perdas de 2020 e de parte de 2021. Composição de preenchimento de calendário de 2022, 2023 e anos subsequentes devem ser trabalhados imediatamente.
Infelizmente, o setor ainda não tem a autonomia suficiente para atuar na realização de eventos, pois depende diretamente do Estado para aprová-los. Porém, autonomia para planejar, prospectar e captar, todos possuem. O momento requer a metodologia "hands on", ou seja, mãos na massa.
* Gilberto Durante é diretor da 30ª ExpoBento e 1º Vice-presidente do CIC-BG para assuntos de Prestação de Serviços