Em ritmo de fim de ano letivo... Voltar, não voltar às aulas... Quantas indefinições neste ano de 2020. A educação é um dos setores, entre tantos, que veio (e vem) sofrendo abalos desde o início da pandemia. São muitas as opiniões, são muitos os posicionamentos, são muitas as ações desenvolvidas de lá para cá, procurando minimizar, ao menos um pouco, os impactos desta situação no campo educacional.
Opinam os que entendem do assunto; opinam os que têm um conhecimento relativo sobre o assunto; opinam os que desconhecem o assunto. Mas, afinal, quem realmente está apto a fazer valer sua opinião sobre a educação? Por certo, aqueles que estão mais próximos do ambiente escolar, possivelmente, tenham mais argumentos para debater... Contudo, em alguns momentos, abrir espaço para aqueles que não adentram a escola para trabalhar pode ajudar. Não é uma regra, mas pode influenciar no processo de reflexão sobre a situação...
Pois bem, isso não responde à pergunta sobre quem está ou não apto a opinar, apenas planta a sementinha da dúvida, para fazer pensar. E o que realmente está em questão, quando se coloca em evidência o processo de aprendizagem, tão prejudicado neste cenário pandêmico? São as propostas de trabalho que são oferecidas, vinculadas à incerteza que vem se disseminando entre os estudantes sobre “passar de ano” ou “permanecer no mesmo ano escolar”.
Aliado a isso, mais um tópico vem à tona: num possível retorno das aulas, pais e/ou responsáveis permitiriam a ida à escola de seus filhos? Nesse ponto, o instinto de proteção fala mais alto e não há nada de irracional nisso. Entretanto, são tantos apontamentos a nível federal, estadual e municipal que precisam ser definidos, que a decisão de permitir o filho de ir ou não à escola, de certa forma, é o movimento mais próximo da certeza que se pode ter no momento.
Os profissionais que atuam nas escolas trabalham com afinco para que as propostas pedagógicas cheguem até os estudantes, seja por material impresso, disponibilizado na escola, seja por meio de ferramentas digitais. Sabe-se, porém, que todos esses esforços não estão sendo suficientes para atingir a todos. É sabido, também, que a maneira como o material chega aos estudantes é algo que foge ao controle, já que não se sabe qual a leitura que o estudante está fazendo de tudo aquilo que recebe.
Com mais dúvidas do que esclarecimentos, o mais importante é ter em mente que o esforço e o empenho são movimentos essenciais em quaisquer ações e em quaisquer setores da sociedade. Estudantes, não desanimem. Professores tampouco. Falar é fácil, alguém diz... Sim, pode ser verdade. Mas, se for possível começar motivando a própria ação e o ato de pensar, o processo pode ser facilitado. A situação é diferente e requer de cada um, também, um posicionamento diferente. Medo, insegurança, incertezas nunca foram tão presentes... Mas que façamos votos de que consigamos lidar com tudo isso, fortalecendo nossas bases e caminhando, juntos, com ainda mais força.
Morgana Zanol, professora de Língua Portuguesa
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