A chegada do inverno faz com que, a partir da mudança de hábitos, ocorram transformações em nossa pele. As temperaturas cada vez mais baixas e os banhos escaldantes agridem a nossa epiderme, deixando-a ressecada e com tendência às denominadas dermatites atópicas, que já somam mais de dois milhões de casos ao ano no país. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, esse problema atinge 7% da população adulta e 25% das crianças.
A doença é um processo inflamatório crônico, de origem genética, caracterizada por lesões avermelhadas, que coçam muito e, às vezes, descamam. Geralmente, estão localizadas na face dos pequenos e nas dobras do joelho e cotovelos de crianças maiores e adultos. Acomete, principalmente, as de zero a dez anos e pode ocasionar diversos tipos de machucados, com múltiplas recorrências, sem perigos de transmissão.
A dermatite atópica é caracterizada pela ausência da barreira de proteção da pele, o que provoca uma perda de água frequente. Pode também estar associada a outras atopias, como bronquite, asma e rinite.
O diagnóstico, normalmente, é realizado pelo pediatra. Para o acompanhamento no tratamento, é necessário o médico dermatologista, e os pais precisam desempenhar as recomendações do especialista para haver êxito no caso.
A utilização de cremes, diminuição de temperatura e tempo no banho, troca de sabonete para os mais neutros, sabão neutro para a lavagem de roupas são fundamentais para o procedimento de cura, além de hidratantes específicos para a reposição de ceramidas.
Com o passar dos anos, a dermatite atópica acaba regredindo e chega a uma cura total em função do amadurecimento do sistema imunológico e pela produção de oleosidade natural com a vinda da adolescência. Quando você notar as marcas em sua pele ou de seu filho, procure um pediatra e um médico dermatologista.
Cristiane Knob Horbach é médica dermatologista em Caxias do Sul