Crescer implica em fazer escolhas, em viver imprevistos, em ter riscos, em selecionar opções. As melhores? Talvez não. Mas as melhores que conseguimos naquele momento.
É preciso ter coragem para desejar ser feliz, para realizar sonhos, para ir ao encontro do que deseja. E realizar do seu jeito. Ir atrás dessa tal felicidade, falada por alguns, almejada por outros e vivida por poucos outros. E dos sonhos, então, aqueles que palpitam no seu íntimo, só seus... como é conseguir realizá-los?
Sabendo que temos momentos felizes, o resto das lutas é para ser justo, para aprender um pouco mais, para dar conta dos desafios que a vida impõe. Isso é primordial termos em mente, para saber que a felicidade vem e vai, os sonhos realizamos parcialmente ou eles se modificam no decorrer do caminho...
Fazer escolhas e se apropriar delas é um grande desafio. Não ter força para ir na direção delas deixa muitos caídos pelo caminho, com o gosto amargo do “talvez eu conseguisse” ou do “talvez desse certo” entre os lábios. E a vida vai passando por esses seres, porque estão no mesmo lugar, com os mesmos pensamentos e sentimentos, não conseguindo seguir adiante, muito menos se desafiar.
A força da concretização é para os determinados, para os que não se abatem com os desafios que vão encontrar pelo caminho... Para os que estão abertos para realizar mudanças, construir adendos, sacrificar algumas partes, ou muitas, quem sabe...
Nem todos carregam dentro de si o “eu consigo” ou o “eu posso”, e isso deixa um espaço sem dono e sem direção no seu íntimo ...
Falar de gostar e de confiar em si é aprendizado. Sim, se não aprendermos que podemos realizar, fazer, ser... enquanto crianças, como vamos nos ver como alguém importante, alguém de valor agora?
Como vou me valorizar se ninguém me valoriza, se carrego o desvalor dentro de mim?
Isso nos impacta, e vem a ideia: “Quando você aprendeu que era bom?”. Se não aprendeu, precisa aprender... Para poder seguir ao encontro dos seus desejos mais secretos, os que nunca conseguiu contar pra ninguém – os de que não se sentiu apto nem para sonhar...
Precisa aprender o caminho para poder confiar em si mesmo, como nunca antes. Pois, uma pessoa com boa autoestima é capaz de reconhecer seu valor. Sentir-se amada e aceita pelos outros, por vezes, é essencial, até descobrir que, se não for por alguns desses outros, você pode começar a construir esse olhar de aprovação dentro de você. Isso é você com você!
Perceber que lugar ocupa e quer ocupar na vida e no seu pequeno/grande mundo pode ser um novo e maravilhoso reinício...permita-se e aproprie-se de suas escolhas.
Neusa Picolli Fante é psicóloga clínica especialista em lutos e perdas. É palestrante e escritora, autora de oito livros: três de psicologia, três de crônicas e dois de poesia.
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