Nós já sabemos que diversificar os investimentos é sempre uma excelente opção. E isso também vale para a diversificação em diferentes países. Nos EUA e na Europa, por exemplo, acima de 30% dos investimentos estão no mercado externo. Já o Brasil e Portugal são os dois países onde as pessoas menos investem fora, e isso revela uma herança cultural.
Embora o comportamento de consumo do brasileiro seja muito voltado ao mercado externo, na hora de investir, o pensamento não é o mesmo. O brasileiro tira férias na Disney, tem iPhone, usa Uber, assiste Netflix, corre com o tênis Nike e, na hora de investir, acaba mantendo os investimentos aqui mesmo.
Mas isso tem começado a mudar, principalmente pelos gestores de fundos de ações e multimercado que têm diversificado suas carteiras em papéis estrangeiros, pois perceberam que, além de oportunidades de rentabilidade, as carteiras que possuem exposição no mercado internacional acabam tendo menos volatilidade.
Uma opção cada vez mais utilizada no Brasil são os BDR (Brazilian Depositary Receipt), que permitem que empresas estrangeiras captem dinheiro aqui no Brasil e que o brasileiro consiga acessar ações de empresas como Tesla, Apple, Microsoft etc.
Esse tipo de investimento se aproxima muito do que seria comprar um fundo de investimento, pois precisa ter duas instituições: uma custodiante no país de origem e uma emitindo o ativo por aqui, pois o investidor não está comprando a ação diretamente. Ambas instituições devem ser regulamentadas em seus próprios países e o ativo é comercializado via bolsa de valores. O cliente deve ter um perfil agressivo, pois, além da variação que já ocorre em renda variável, terá também a variação cambial, pois o investimento será feito em reais.
Existem grandes gestores no Brasil com fundos de ações BDR, proporcionando ao investidor a tranquilidade de ter uma equipe especializada, fazendo as melhores escolhas de investimento com um acompanhamento constante, o que muitas vezes o investidor não consegue fazer sozinho.
Na maior parte dos fundos BDR, o investidor deve ser considerado qualificado, o que significa possuir R$ 1 milhão de investimento em valores mobiliários e assinar uma declaração atestando esta qualificação.
*Ale Boiani é CEO, gestora e fundadora do grupo financeiro 360iGroup.