Parar de fumar, perder peso, fazer mais exercícios. Talvez essas promessas soem familiares. Improvável que as pessoas não tenham clareza que hábitos saudáveis aumentem a chance de uma vida longa e com qualidade. Então, por que a maioria das promessas de Ano-Novo não chega ao Carnaval?
Criar novos hábitos demanda tempo, energia e recursos. E, como se não bastasse, os resultados não costumam aparecer do dia para a noite. Mas o apetite pela automelhoria mágica não está minguando. Receitas simplistas para qualquer condição de saúde são populares como nunca. A intenção é louvável, mas a maioria das pessoas tenta soluções irrealistas e sem orientação adequada.
De fato, objetivos grandiosos demais vêm com o conhecimento de que não conseguimos mantê-los e criam uma justificativa para abandoná-los e esquecê-los. Não que objetivos corajosos e complexos não sejam pertinentes. A melhor estratégia, entretanto, é construir um projeto consistente.
Quer correr uma maratona? Coloque, literalmente, o pé no chão. Caminhar com passo firme reduz risco de doenças cardiovasculares, musculoesqueléticas e câncer. Pode-se reduzir em até 30% o risco de morte precoce com 150 minutos de caminhada por semana. Se fosse um comprimido, ia vender muito.
Quer perder peso? Algum esforço em reduzir carboidratos é inevitável. Quer parar de fumar? Peça orientação profissional e não se dê a desculpa de que é uma pessoa "muito nervosa". Existem formas de controlar o estresse sem precisar consumir uma substância que aumenta os problemas de saúde!
Evidentemente que não é fácil. As estatísticas de fracasso confirmam isso. Esses anos de doenças dominando as manchetes mostraram, entretanto, que não podemos adiar planos e sonhos. É justo nos concedermos prêmios quando atingimos parte das metas. Essas medalhas ficam ainda mais saborosas quando compartilhadas com nossas famílias e amigos, inspirando as pessoas ao nosso redor.
Façamos 2022 melhor e inspirador para todos!
Stephen Stefani é médico oncologista da Oncoclínicas RS
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