“Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste”!
Meu avô paterno tinha essa frase gravada em uma fotografia do amplo, florido e gramado quintal de sua casa em Ijuí. A foto, tirada por ele mesmo, foi transformada em quadro e ele presenteou seus quatro filhos com reproduções. A que coube a meu pai, acabei herdando e está aqui comigo, revestindo-se, especialmente a frase de Olavo Bilac, de um significado especial neste momento em que, no dia 7 de julho de 2020, véspera de meu 54º aniversário, a Câmara de Vereadores de Caxias do Sul me agracia com o título de Cidadão Caxiense.
Não nasci em Caxias do Sul, condição primordial que me habilitou à honraria máxima que a cidade, representada pelo corpo dos seus 23 vereadores, confere às personalidades que a comunidade julga merecedoras da homenagem, por seus feitos em favor da construção de uma sociedade melhor. Aos nativos, o Legislativo (e, por seu intermédio, a comunidade) reserva o também prestimoso título de Cidadão Emérito, por meio do qual grandes caxienses já foram eternizados devido às suas colaborações ao desenvolvimento do município, em diversas áreas de atuação comunitária, social, cultural e econômica.
Não nasci aqui, mas aqui venho construindo, consolidando e amadurecendo minha trajetória profissional e pessoal há 28 anos, desde que sentei as malas e a cuia nesse serrano chão em agosto de 1992. Vim a trabalho, um imigrante moderno, movido pelo mesmo sonho que conduziu tantos outros imigrantes antes de mim a esta terra: trabalhar árduo, com afinco, seriedade e vontade, a fim de construir a vida e, por recíproca, colaborar, dentro de minhas possibilidades, para o desenvolvimento da comunidade, em uma simbiose positiva de troca de ganhos.
Ao longo dessas quase três décadas (Caxias do Sul já é a cidade em que mais tempo vivi, e é o local em que vivi a maior parte de minha vida até então), aprendi a admirar a história desse município e dessa região, a admirar o perfil de seus habitantes, o empenho em construir e ser proativo, a vocação para empreender e superar dificuldades, a determinação em edificar e desenvolver em todas as áreas humanas. Acabei me identificando com esses atributos tipicamente caxienses e me adaptei, me inseri, construí meu espaço na mesma medida em que fui sendo acolhido.
Aqui amadureci pessoal e profissionalmente, tracei caminhos, me reinventei, obtive conquistas, realizei sonhos. Tenho orgulho dessa terra, na qual não nasci, mas onde muitas vezes renasci, e em que vi se consolidar em mim o Marcos Fernando Kirst jornalista, escritor, pesquisador, empreendedor, marido, parente, amigo, colega, cunhado, tio e dindo, papéis de que me orgulho em ser e desempenhar.
Ao verso famoso do colega jornalista e escritor Olavo Bilac, nascido 101 anos antes de mim, gloso o mote e acrescento outro, que amplia os horizontes de quem é acolhido como filho legítimo em terra estranha, que depois se amiga e assenta latifúndio no coração: “Ama, com fé e orgulho, a terra em que te acolheste”.
Obrigado, Caxias do Sul, obrigado Câmara de Vereadores, obrigado vereador Alberto Meneguzzi, pela indicação!
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