Caxias do Sul 25/11/2024

Carnaval aquece a economia criativa

Maior manifestação popular brasileira anima empreendedores de vários setores
Produzido por Paula Sauer, 07/02/2024 às 09:25:52
Paula Sauer é economista, especialista em educação financeira e psicologia econômica
Foto: ARQUIVO PESSOAL

A maior manifestação da cultura popular brasileira, o Carnaval, traz oportunidades e gera expectativas. É um dos períodos que mais movimentam a economia do país, com projeções de alta no faturamento e impacto sobre diversos setores. Para quem empreende, dentro da economia criativa, o momento é de faturar e expandir os negócios.

Em 2023, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a folia movimentou mais de R$ 8 bilhões no país. Já a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) projeta faturamento até 15% superior ao do ano passado.

A folia traz benefícios para quem trabalha diretamente com os preparativos do evento, como os profissionais envolvidos na produção dos desfiles, blocos e cortejos, nos diversos setores como música, design, publicidade, marketing, coreógrafos, filme, TV, vídeo, rádio, fotografia, costureiras, sambistas, artesãos, fornecedores de produtos para confecção de fantasias e carros alegóricos, entre outros.

A geração de empregos também fica aquecida com as vagas temporárias. Atendentes, cozinheiros, garçons, profissionais de limpeza, animadores, entre outros, são funções com maior demanda. Estima-se a abertura de 25,4 mil postos de trabalhos temporários em todo o país.

A economia criativa no Carnaval impacta toda uma cadeia de negócios, que inclui desde hospedagem, bares, restaurantes, supermercados, festas privadas, produção de shows, indústria de vestuário, customização de abadás e serviços de mobilidade, companhias aéreas, cervejarias, até aplicativos, ônibus intermunicipais e locação de veículos.

Para os pequenos negócios, o período é sinônimo de oportunidades e já estão a todo vapor para lucrar mais. Já os microempreendedores individuais, o número chega ao patamar de milhares e inclui vários segmentos, desde os “barraqueiros” licenciados para comércio ambulante nos diversos polos espalhados pelas cidades e nas orlas até as costureiras responsáveis por transformar as ilusões mais extravagantes em fantasias.

Segundo dados do Sebrae Nacional, o Brasil voltou a ser destino turístico e o Carnaval nacional é conhecido mundialmente. Só no ano passado, o país recebeu quase 6 milhões de turistas estrangeiros, maior patamar desde 2019. Por isso, é hora de os pequenos negócios se prepararem para atender o público que vem atrás de um dos maiores patrimônios que o Brasil tem: criatividade, música e nossas raízes.

Das grifes às lojas fast fashion, passando por lojas populares de comércio, todas investem na festa, onde é possível encontrar a temática carnaval. São tecidos, roupas, fantasias, acessórios, adereços para os cabelos, maquiagem, tintas de cabelo, purpurinas e muito mais. Seja pulando, descansando ou viajando, o feriado movimenta a economia. Os diversos empreendedores e empresários devem aproveitar o evento para testar ideias, novos produtos e novos negócios.

Outro aspecto importante está relacionado à entrada de divisas para o país. Com a chegada de estrangeiros, a economia gira com moeda estrangeira, impactando positivamente a balança comercial. Além do impacto econômico, o Carnaval é uma festa que tem relevância social, pois integra pessoas de diferentes culturas e promove o bem-estar de quem participa, projeta o país e sua cultura para o mundo.

É expressão cultural do povo, das comunidades. É a hora de fazer bonito e mostrar o que temos de melhor.

Paula Sauer é economista, especialista em educação financeira e psicologia econômica, professora de Economia Comportamental na ESPM.