O automobilismo brasileiro quer seguir o exemplo dos países do Oriente Médio que exibem, em cada nova etapa do Campeonato Mundial da Fórmula-1, autódromos que surpreendem pela beleza e por um novo conceito que atraem pilotos, dirigentes e empresários.
Eu chamaria de uma nova onda ou movimento de modernização do nosso automobilismo, como já ocorreu no final dos anos de 1960 e início dos anos de 1970, que lançou no mundo pilotos como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna, que conquistaram oito títulos mundiais, e revelou tantos outros que “invadiram” as pistas internacionais.
O recente exemplo ocorrido nos territórios árabes e que deu uma nova fisionomia aos espetáculos das corridas entusiasmou alguns esportistas, políticos e empresários a se organizarem para modernizar os espetáculos no Brasil, por intermédio da construção de autódromos com novos conceitos que atraem o público com muito maior força. Hoje vemos na televisão a beleza das transmissões até em mensagens publicitárias ocupando espaços da pista, com realce para os produtos de empresas patrocinadoras.
E, como uma pandemia positiva, as cidades de Cuiabá, no estado de Mato Grosso; Chapecó, em Santa Catarina e, principalmente, São Francisco de Paula, na região da Serra, no Rio Grande do Sul, anunciaram projetos de construção de verdadeiros centros esportivos e de lazer que, além das corridas, incluem no projeto verdadeiras Disneylandias para lazer e entretenimento das famílias.
O projeto de São Francisco de Paula, na região das cidades de Gramado e Canela, é o mais recente, apresentado pelo prefeito, no dia 7 de março, na Casa Civil do governo do Estado. Os prefeitos Constantino Orsolin, de Canela, e o de São Francisco de Paula, Marcos André Aguzzol, participaram de reunião para a apresentação do projeto do complexo automobilístico ao governo do Estado e liderado por investidores.
A pauta da reunião foi um autódromo de padrão internacional, capaz de receber uma prova da Fórmula-1, a segunda no Brasil, além da realizada em Interlagos, em São Paulo, considerada pelo automobilista Paulo Gomes o templo do automobilismo brasileiro.
O projeto prevê, além da pista e das instalações próprias para corridas, a construção de um complexo que inclui um condomínio residencial, hotel com 300 apartamentos, centros empresarial e de compras, museus, parques e restaurantes temáticos, além de áreas para eventos e prática de esportes diversos e entretenimento.
O grupo responsável revelou que o empreendimento tem investimento previsto de R$ 3 bilhões e deverá proporcionar movimentação financeira anual de R$ 2 bilhões para a região quando em pleno funcionamento. Como comparação, a corrida da Fórmula-1, em São Paulo, movimentou R$ 1,3 bilhão.
O projeto foi apresentado pelo empresário Rodrigo Stehling ao secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e também participaram da reunião o ex-piloto Paulo Gomes, hoje empresário de automobilismo, e Reginaldo Leme, jornalista que acompanha a Fórmula-1 há 50 anos.
Outro autódromo possível de ser concretizado é o de Cuiabá. O presidente da Federação de Automobilismo do Estado de Mato Grosso, Fernando Maggi Scheffer, um dos proprietários do Grupo Bom Futuro, empresa dedicada à cultura de soja, falou durante um evento com o governador Mauro Mendes sobre a doação de uma área de 300 hectares ao patrimônio do estado para a construção de um autódromo de padrão internacional que, além de pistas para automóveis, prevê espaço para eventos, prática de diversos esportes e entretenimento e hotel para facilidades às equipes participantes.
Outro autódromo projetado para enriquecer o automobilismo brasileiro poderá surgir no município de Chapecó, na região oeste do estado de Santa Catarina, para o qual o presidente Automóvel Clube local, Valdir Moratelli, anuncia o investimento de R$ 50 milhões para a construção, em área de 50 hectares, de um dos autódromos mais modernos do país, para a realização de corridas de todas as categorias e que comportará público que pode chegar a 50 mil pessoas, numa das melhores estruturas projetadas no estado de Santa Catarina. O autódromo terá centro médico, heliponto, restaurante e área de camping, além de espaços para a prática de esportes.
Valdir Moratelli acrescentou, também, que o projeto passou por avaliação da Confederação Brasileira de Automobilismo e enfatizou que recebeu a chancela do presidente Giovanni Guerra, dirigente com espírito de nova geração que trabalha para a modernização do esporte a motor, com novas categorias e projeto para a revelação de novos pilotos.
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Luiz Carlos Secco trabalhou, de 1961 até 1974, nos jornais O Estado de São Paulo e Jornal da Tarde, além da revista AutoEsporte. Posteriormente, transferiu-se para a Ford, onde foi responsável pela comunicação da empresa. Com a criação da Autolatina, passou a gerir o novo departamento de Comunicação da Ford e da Volkswagen. Em 1993, assumiu a direção da Secco Consultoria de Comunicação.
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