A cultura de segurança é um dos pilares fundamentais para o sucesso de qualquer organização, especialmente aquelas que operam em setores de alto risco, como a indústria, a construção civil e a aviação. Afinal, a segurança dos colaboradores não deve ser apenas uma preocupação, mas sim uma prioridade absoluta.
No entanto, a implementação de uma cultura de segurança eficaz não é uma tarefa simples. Requer um compromisso contínuo de todos os níveis hierárquicos da empresa, desde a alta gestão até os colaboradores da linha de frente. Além disso, é necessário reconhecer que, em muitos casos, os acidentes e incidentes estão diretamente relacionados ao fator humano.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 85% dos acidentes de trabalho são causados por falhas humanas, como negligência, falta de treinamento adequado, excesso de confiança ou desatenção. Esses dados ressaltam a importância de investir na conscientização e no engajamento dos colaboradores, a fim de promover uma cultura de segurança sólida.
Nesse contexto, a tecnologia surge como uma aliada poderosa. A digitalização e a automação de processos não apenas aumentam a eficiência operacional, mas também podem contribuir para a melhoria da segurança no ambiente de trabalho. Por exemplo, a implementação de sistemas de gestão de segurança baseados em nuvem permite o registro e o compartilhamento instantâneo de informações sobre incidentes, inspeções e treinamentos, facilitando a análise de dados e a identificação de áreas de risco.
Além disso, a Internet das Coisas (IoT) possibilita a criação de ambientes de trabalho inteligentes, nos quais sensores e dispositivos conectados monitoram continuamente as condições de segurança. Essa tecnologia pode alertar os colaboradores sobre a necessidade de utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs), detectar vazamentos de substâncias perigosas ou até mesmo interromper automaticamente a operação de uma máquina em caso de risco iminente.
No entanto, é importante ressaltar que a tecnologia, por si só, não é suficiente para promover uma cultura de segurança. Ela deve ser complementada por ações concretas, como a realização de treinamentos regulares, a criação de canais de comunicação abertos e transparentes, a valorização do feedback dos colaboradores e a implementação de programas de incentivo à segurança.
Além disso, a liderança desempenha um papel crucial na promoção de uma cultura de segurança. Os gestores intermediários devem ser capacitados para identificar e corrigir comportamentos inseguros, ao mesmo tempo em que são encorajados a estabelecer metas realistas e a reconhecer publicamente os colaboradores que adotam práticas seguras.
A cultura de segurança é um elemento essencial para o sucesso e a sustentabilidade de qualquer organização. Embora a tecnologia possa acelerar e aprimorar a implementação dessa cultura, é necessário um compromisso contínuo de todos os envolvidos, desde a alta gestão até os colaboradores da linha de frente. Afinal, a segurança no trabalho não é apenas uma obrigação legal, mas sim um valor que deve ser incorporado ao DNA de cada empresa.
Rodrigo Moraes é Founder e CEO da Bsafer.
