É amplamente aceita a ideia de que a força de um país está alicerçada na pujança dos municípios que o formam. E quais são os fatores que tornam um município pujante? São vários, claro. Dois, em especial. Educação e empreendedorismo. Nesta ordem.
Quanto à educação, não apenas a formal, mas aquela que ensina comportamento empreendedor aos jovens, trabalhando protagonismo, liderança, autoconhecimento, desenvolvimento pessoal, entendimento do propósito de vida. Tudo de acordo com os pilares da Unesco que fundamentam a aprendizagem do século XXI: saber conhecer, saber fazer, saber ser e saber conviver.
Quanto ao empreendedorismo, é por seu intermédio que acontece a geração de riqueza, que promove o lucro das empresas, alimenta a multiplicação da renda das famílias e sustenta as estruturas que gerem a coisa pública.
A compreensão da importância que as cidades têm para a sustentação do país levou o Sebrae a criar um programa destinado à melhoria do ambiente dos municípios brasileiros. Apelidado de Cidade Empreendedora, o programa trabalha no aperfeiçoamento da gestão pública como vetor de desenvolvimento do empreendedorismo e da educação básica inovadora.
Iniciado em 2019, aqui no RS, já é possível medir os benefícios produzidos em 40 municípios que aderiram ao Programa em seu primeiro ciclo. Por meio de um modelo de avaliação de impacto desenvolvido pela Unisinos e Sebrae RS, cujo período de análise, frisa-se, foi capturado pelo auge da pandemia do coronavírus, avaliaram-se quatro indicadores: número de empregos, rendimento do trabalhador, número de empresas abertas, arrecadação de tributos e tempo de abertura de empresas.
Tais indicadores, comparados com municípios do grupo de controle que não aderiram ao Programa, são surpreendentes: aumento de 8% no número de novas empresas, 24% no número de empregos, 42% na arrecadação de tributos, 2% no rendimento do trabalhador e redução em 10% no tempo de abertura de empresas.
Hoje já são mais de 70 cidades gaúchas participantes do Cidade Empreendedora, que se prepara para um novo ciclo, voltado à construção das cidades do futuro. Como visto, os dados confirmam a ideia e demonstram que a pujança de um país está na força das cidades empreendedoras.
André Vanoni de Godoy é diretor-superintendente do Sebrae RS.
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