O comércio caxiense está autorizado por decreto a reabrir as portas de forma gradual, mas as perguntas que ficam são: há clientes para comprar? As incertezas não prejudicarão o cenário de retomada e provocarão desemprego?
Essas são as preocupações dos lojistas, que, pensando em minimizar um pouco dos prejuízos provocados por semanas de lojas fechadas, buscam estimular o consumo local.
A campanha ‘Caxias Tem Tudo e Precisa de Todos’ foi lançada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), na sexta-feira, mesmo dia da flexibilização da abertura do comércio, por meio de decreto municipal.
A importância do comércio pode ser dimensionada: o setor é responsável pela geração de 28 mil empregos e representa 28% do PIB de Caxias do Sul.
“Esperamos sensibilizar os consumidores para que comprem no município. Estamos passando por um período de incertezas, de prejuízos que ultrapassam o aspecto econômico e atingem em cheio o coração das empresas. Os desafios são diários, tanto para os clientes quanto para o empresariado local. Então, por que não unir forças para passar por tudo isso de maneira mais forte?”, desafia o vice-presidente de Comunicação da CDL Caxias do Sul, Micael Canuto.
A campanha será intensificada por meio de veículos de comunicação e mídias digitais, esclarecendo a população sobre a importância de movimentar o comércio local. Os mais de 4,3 mil associados da entidade serão abastecidos com dicas e estratégias com vistas a atrair os clientes para as lojas e para os serviços. Também serão estimulados para o desenvolvimento de campanhas criativas e promoções, e orientados para a comercialização por meio das redes sociais, incluindo o WhatsApp, e até mesmo por plataformas de e-commerce já consolidadas.
“Afinal, se Caxias do Sul se recupera, todos crescem juntos”, acredita Canuto.
Hoje, são 19 mil lojas registradas na cidade, que juntas faturam anualmente R$ 2,1 bilhões.
Prejuízos em 27 dias parados
A previsão é que, com 27 dias de grades fechadas, o comércio caxiense tenha deixado de faturar R$ 97,2 milhões, segundo estimativas da CDL.
Dos 4,3 mil associados do setor de comércio e serviços da CDL Caxias, 69% (ou 2.961) são micro e pequenas empresas, com uma reserva menor no fluxo de caixa e, consequentemente, um maior risco para demissões e encerramento de atividades.
Por isso, a retomada das vendas, mesmo com metade da equipe, está sendo comemorada, atentando para as normas de higiene e distanciamento dos clientes e funcionários.
“Estamos muito preocupados com tudo que está acontecendo e cientes também de que a retomada da economia será extremamente lenta. Deverá haver pouco movimento nos estabelecimentos e a normalização no atendimento de comércio e serviços pode levar, pelo menos, 30 dias. Por isso a importância de estarmos unidos por Caxias. A valorização dos negócios locais neste momento deve ser prioridade para os consumidores", defende o presidente da CDL, Renato S. Corso