Ao comemorar 45 anos de história, o Grupo PCP Steel, de Caxias do Sul, confirma que a longevidade está alicerçada numa trajetória ascendente nos negócios. Hoje, a companhia emprega 400 colaboradores diretos e número similar de indiretos. Já o consumo de aço anual gira em torno de 30 mil toneladas em consumo próprio e na ordem de 60 mil toneladas em serviços. Para 2024, puxada pelo mercado externo e estratégias internas, planeja crescer 15% na receita.
Para alcançar esse status, porém, a estrada foi longa e desafiadora. A empresa nasceu em 1978, primeiramente atuando no mercado de representações comerciais do setor sidero-metalúrgico, passando a desenvolver atividades de distribuição de aço e, a partir de 1990, ingressando na indústria.
Atualmente, o grupo é formado por três empresas: a PCP Produtos Siderúrgicos, especializada na distribuição de aços de alta resistência; a PCP Serviços de Corte em Aço, centro de serviços que atende os segmentos metalmecânico, agrícola, automotivo, com ênfase em implementos rodoviários; e a Unylaser Produtos e Componentes Metálicos, centro de manufatura de componentes metálicos fortemente inserida nos filões de guindastes, agrícola, linha amarela e florestal, exportando para mais de 10 países.
Humberto Cervelin: "pretendo deixar o legado de continuidade dos princípios e valores" (foto: Diogo Sallaberry)
Mas como manter-se durante décadas no mercado num contexto tão desafiador?
"Conseguimos nos manter vivos no mercado sempre tendo em mente que devemos ter diferenciais. A PCP sempre foi uma empresa disruptiva, que procurou nichos em que se tornasse uma organização de destaque, pois nunca fomos uma empresa de grande porte e, assim, não conseguíamos enfrentar grupos muito maiores do que nós. Então, fomos obrigados a desenvolver sempre inovações importantes", destaca o fundador e presidente, Humberto Cervelin.
Um exemplo disso é o trabalho com aço de alta resistência, até então presente na Europa, em que o grupo foi o precursor no Brasil a desenvolver, a entender e a dominar. Outro momento de ouro foi a expansão da área de distribuição, que hoje possui unidades em Caxias do Sul (RS), Curitiba (PR), Indaiatuba (SP) e Betim (MG). Recentemente, passou a atender ao mercado de mineração em Parauapebas (Pará), onde está em andamento a instalação de nova filial, em que os produtos atuais e novos desenvolvidos em conjunto com o Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento Usiminas serão distribuídos a todas as grandes mineradoras.
"Pessoalmente, sempre acreditei que iríamos crescer, aproveitando as oportunidades que o mercado oferece. Fico muito contente pois, ao longo dos anos, por sorte, muito trabalho e competência, conseguimos desenvolver ótimos resultados. Quando fundei a empresa, queria algo que me abrigasse, que realizasse meus sonhos e que fosse uma empresa diferenciada. Chegar aos 45 anos nesse patamar é uma surpresa agradável", frisa Cervelin, acrescentando que "uma empresa que não tem alma tende a terminar em um breve período de tempo. Então, pretendemos cultuar e cultivar os valores que até hoje nos mantêm onde estamos e nos permitem continuar a crescer."
Que mensagem deixaria ao futuro?
"Não quero deixar para os meus sucessores nenhuma conta bancária e nenhum patrimônio de máquinas e prédios. Isso é uma decorrência do negócio. Pretendo deixar o legado de continuidade dos princípios e valores, isso é o oxigênio que nos mantêm vivos e atuantes", finaliza o empresário.