Os plátanos que circundam o Parque dos Macaquinhos – hoje cartão postal de Caxias do Sul -, a vinda dos macaquinhos que acabaram identificando o parque, as rosas que deram identidade para a cidade, a vasta arborização urbana, a criação das feiras do agricultor, o desenvolvimento do meio rural que projetou o município como líder na produção de hortifrugranjeiros e tantas outras marcas da cidade partiram de iniciativas do agrônomo, ambientalista, professor e escritor caxiense José Zugno (1924 – 2008).
A mostra itinerante que retrata a vida e obra deste Cidadão Emérito de Caxias do Sul (distinção concedida pela Câmara de Vereadores em 2003), intitulada “José Zugno - Um Semeador de Ideias a Serviço da Vida Agrícola”, estará no Espaço Cultural Mário Crosa, da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, de 2 a 15 de junho.
A exposição conta com 12 painéis temáticos ricamente ilustrados por textos e imagens exclusivas pertencentes ao seu vasto acervo pessoal e coletadas ao longo de décadas. O trabalho é resultado de mais de dez anos de resgate, organização e catalogação do acervo de José Zugno realizados por seu filho Ricardo Zugno.
A mostra conta com financiamento da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (LIC) e apoio cultural das Empresas Randon S.A., Instituto Elisabetha Randon, Racon Consócios, Pátio da Estação. Também são parceiros deste projeto Mebrafe Soluções em Refrigeração Industrial e Associação dos Engenheiros Agrônomos da Encosta Superior do Nordeste – AEANE.
Sobre José Zugno
O trabalho de José Zugno era considerado de tal excelência que lhe garantiu preferência para estar à frente da DFAR/Secretaria de Agricultura durante 26 anos, sob nove administrações públicas dos mais variados partidos políticos. As iniciativas e ações do agrônomo e naturalista deixaram um imenso legado para Caxias do Sul, tanto no meio urbano como rural. Mais do que fomentar uma agricultura técnica, José Zugno incentivou uma nova cultura de valorização da atividade do agricultor e do meio rural.
No meio urbano, é responsável pela criação das feiras do agricultor, que permanecem ativas e multiplicadas, pelo incremento de ambientes como praças, parques e jardins e pela farta arborização urbana que legou ao município um patrimônio arborístico diversificado, com espécies como jacarandás, estremosas, ligustros, ipês, entre tantas outras. O Horto Municipal de Caxias do Sul leva seu nome, em homenagem ao seu trabalho.
Rosas na Praça Dante, na década de 1950 (Foto: Severino Schiavo - fotos Ricardo Zugno -; Acervo pessoal José Zugno /Divulgação)
Na área rural, José Zugno foi pioneiro no desenvolvimento técnico que resultou ao município o posto de líder no Estado na produção de hortifrugranjeiros. Suas iniciativas foram um divisor de águas no aperfeiçoamento e diversificação de culturas, como a uva, e na qualificação técnica dos agricultores para a produção de alimentos, impulsionando o desenvolvimento agrícola no município de Caxias do Sul.
José Zugno foi incansável na disseminação dos conhecimentos que dispunha e na busca de novas fontes de pesquisa. Coletou e conservou um vasto acervo de informações e materiais sobre tudo o que se relacionasse à natureza. Por meio da sua coluna intitulada “Vida Agrícola”, que manteve semanalmente no jornal Correio Riograndense por mais de 50 anos, colaborou para o desenvolvimento do meio rural em todo o território nacional, onde chegava o periódico.
As rosas da Praça Dante
O trabalho de arborização e paisagismo dos espaços públicos em Caxias do Sul ganhou um toque especial dos cuidados de José Zugno, a tal ponto de chamar a atenção da renomada escritora Rachel de Queiróz (1910 – 2003) quando de sua visita à cidade na década de 1950. As rosas que adornavam a praça Dante Alighieri, ali plantadas e cultivadas por Zugno, encantaram a escritora, que perenizou suas impressões em crônica publicada na revista “O Cruzeiro”.
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AGENDE-SE
Exposição: “José Zugno - Um semeador de ideias a serviço da vida agrícola”
Data: 2 a 15 de junho de 2022. Das 8h às 17h
Local: Espaço Cultural Mário Crosa - Câmara dos Vereadores de Caxias do Sul
Ficha Técnica: Pesquisa e coordenação de Ricardo Tando Zugno; curadoria e conteúdos de Vera Mari Damian; design gráfico de Ernani Carraro; reprodução e tratamento de imagens de Liliane Giordano; captação por Capta Ação – Gestão de Projetos.
