Caxias do Sul 23/11/2024

Serra Gaúcha tentará reverter decisão de nova bandeira vermelha

Prefeitura de Caxias informa que a Amesne apresentará argumentos contra o enquadramento do governador Eduardo Leite, que entrará em vigor na terça-feira
Produzido por redação, 26/06/2020 às 20:16:34
Serra Gaúcha tentará reverter decisão de nova bandeira vermelha
Se a determinação não for revertida, comércio não essencial volta a fechar as portas na terça-feira
Foto: Izlene Zortéa

Apesar de confirmar que a região de Caxias do Sul foi enquadrada novamente na bandeira vermelha no Modelo de Distanciamento do Governo do Estado para impedir o avanço do coronavírus, publicado nesta sexta-feira (26/6), a prefeitura municipal anuncia que a região vai recorrer da decisão por meio da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne).

A intenção é apresentar os argumentos dentro do prazo legal, até a manhã de domingo, e aguardar a nova avaliação do Estado, na segunda-feira, já que a nova rodada de bandeiras para o Estado entra oficialmente em vigor na próxima terça-feira. O prefeito Flávio Cassina questiona o retorno e tem esperança na reversão da bandeira, já que há 15 dias a Serra também havia migrado para a bandeira vermelha, retornando à laranja na última segunda-feira .

"Encontramos várias inconsistências nos dados, que não batem com os nossos do Observatório Regional. A Amesne apresentará o recurso em nome da região até domingo", informa Cassina.

Até a decisão do Comitê de Crise do governo gaúcho, na próxima segunda-feira, as regras a serem cumpridas em Caxias do Sul são as da bandeira laranja e dos decretos municipais em vigor. Com isso, o comércio não essencial ainda pode atender com restrições de equipes e outras limitações. Contudo, decreto do prefeito Flávio Cassina já impede o funcionamento de mercados e shoppings nos domingos (já a partir deste domingo, dia 28).

Bandeira vermelha será confirmada na segunda à tarde

Enquanto torce para uma reversão da decisão, o Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) Caxias solicita aos comerciantes para que aguardem o anúncio definitivo que será feito na tarde de segunda-feira (29/6).

Se a bandeira vermelha for confirmada pelo governador Eduardo Leite, o comércio dos 49 municípios da Serra deverá fechar novamente as portas a partir da próxima terça-feira (30/6) por 14 dias. Caso seja feita uma revisão na decisão, a bandeira se manterá na cor laranja e o comércio seguirá aberto, seguindo as regras de distanciamento e higiene

Preocupação com novo fechamento

Foi recebida com preocupação a nova alteração da bandeira laranja para a vermelha na Serra Gaúcha, que pode entrar em vigor na próxima terça-feira. Para a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias, a troca de classificação deverá agravar os impactos negativos na economia do município, colocando em risco a sobrevivência de empresas e, consequentemente, a manutenção de empregos.

Se confirmada a bandeira vermelha, estabelecimentos comerciais de qualquer natureza, de serviços, shoppings, centros comerciais e galerias não poderão realizar atendimento ao público por duas semanas. Durante o período, a indústria de produtos não essenciais poderá operar apenas com 50% da equipe. A alteração implicará, ainda, na redução de atendimento das atividades do varejo essencial, que varia de 25% a 50%.

A CDL Caxias do Sul estima que o comércio deixará de faturar R$ 3,3 milhões por dia, representando uma queda de 53% nas comercializações do setor, devido à paralisação dos estabelecimentos classificados como não essenciais. Os dados são calculados com base nos números de arrecadação do ICMS.

Apenas no comércio, que é responsável por 28% do PIB de Caxias do Sul, mais de R$ 186 milhões deixaram de ser arrecadados ao longo desses mais de 100 dias de medidas contra a pandemia e, até abril, 1,2 mil empregos formais foram extintos.

“A situação está gravíssima. Precisamos que o governo estadual invista recursos maiores na saúde, como a ampliação de leitos, testagens e EPIs, sem precisar bloquear sempre a economia como meio de contenção à Covid-19. Precisamos de iniciativas que busquem também salvar as empresas, preservar os empregos a fim de evitar um colapso social que pode levar anos para ser superado”, ressalta o presidente da CDL Caxias do Sul, Renato S. Corso.

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