Caxias do Sul 24/11/2024

Sem ceder às pressões do comércio, governo mantém BANDEIRA PRETA em todo o Estado

Protocolo para risco altíssimo de contágio pela Covid-19 segue até o dia 22 de março, sem possibilidade de recursos
Produzido por redação, 12/03/2021 às 18:11:39
Sem ceder às pressões do comércio, governo mantém BANDEIRA PRETA em todo o Estado
Foto: reprodução

Apesar da pressão de lideranças do comércio e de outros setores da economia, o governador Eduardo Leite confirmou no final da tarde desta sexta-feira (12/03) a manutenção da bandeira preta em todo o Estado até o dia 22 de março. Também reafirmou que a cogestão dos municípios está momentaneamente suspensa. Com isso, as regiões não têm autonomia para adotar protocolos da bandeira imediatamente anterior. Também está descartada a possibilidade de recursos por parte de associações.

Dessa forma, pela terceira semana consecutiva, todo o Rio Grande do Sul está em bandeira preta – nível de risco máximo previsto no modelo de Distanciamento Controlado –, de acordo com o que já havia sido antecipado pelo governador. A justificativa para a decisão é que os indicadores da 45ª rodada comprovam o esgotamento da capacidade de atendimento hospitalar do Estado.

Mesmo considerando o aumento de 3% no número total de leitos de UTI existentes e a redução dos internados por outras causas, a elevação dos confirmados com Covid-19 apresenta um número preocupante: a falta de 213 leitos de UTI.

Nesta rodada, novamente teriam ficado em bandeira vermelha as regiões de Bagé e Pelotas, por conta da variação de leitos de UTI, visto as correções de residência dos pacientes hospitalizados nos leitos intensivos. No entanto, a regra tem o objetivo de evitar colapso da regulação de leitos estadual e garantir que haja possibilidade de transferência de pacientes.

“Para se ter uma ideia, há 30 dias, tínhamos 800 pessoas em leitos de UTI confirmadas com Covid. Passamos para 2,4 mil pessoas em 30 dias. Se esse ritmo continuasse, teríamos de triplicar o número de leitos, o que é inviável. Esse é o tamanho do nosso drama”, afirmou o governador Eduardo Leite.

Mesmo tendo ampliado em 137% a capacidade hospitalar desde o início da pandemia, Leite anunciou previsão de abertura de mais 183 unidades de UTI nos próximos 10 dias.

“Não há país no mundo que tenha conseguido superar o coronavírus, ou pelo menos conviver com o vírus, apenas com aumento de leitos, porque a solução efetiva é a vacina. Como ainda estamos com dificuldade a nível nacional de imunizar massivamente e de forma rápida a população, a situação nos demanda habilidade para melhorar a convivência, buscando equilíbrio entre economia e saúde. Sempre tendo claro que saúde e a vida precisam vir acima de qualquer outra coisa, especialmente em um momento crítico como esse que estamos vivendo”, destacou Leite.

Todos os 11 indicadores monitorados com relação à velocidade de propagação do coronavírus e à capacidade de atendimento hospitalar tiveram piora nesta semana: o número de registros de novas hospitalizações (+19%), de internados em leitos clínicos (+27%), de internados em UTIs (+19%) e de óbitos (+54%), contabilizando 1.343 mortes em apenas sete dias. Na quinta-feira (11/3), houve recorde no número diário: foram 276 mortes confirmadas em apenas 24 horas no Estado.