“Para um jogo justo todos precisam jogar junto! Por que o setor de eventos não é a bola da vez? Se tem Gre-Nal pode ter evento também.”
Esse é o tom do manifesto do Hub de Eventos vinculado à Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), posicionando-se com indignação em relação ao fato de Caxias do Sul sediar o clássico na quarta-feira, o que resultará na reunião de, no mínimo, 200 pessoas.
O segmento de eventos foi o primeiro a parar, desde a segunda quinzena de março, quando as medidas contra a Covid-19 passaram a fazer parte da rotina dos empresários da Serra. E não tem previsão de volta, possivelmente sendo o último a retomar as atividades, o que faz com que a cadeia esteja há quatro meses sem faturar.
Por isso, a indignação e o posicionamento dos profissionais do segmento contra a liberação do Gre-Nal na cidade.
“Não é justo que setores muito mais importantes para a economia caxiense estejam parados, respeitando a bandeira estabelecida, e seja liberado um evento desse porte. Nos sentimos ofendidos, indignados, até mesmo desprezados. Nós que estamos aqui parados, pagando impostos e empregando pessoas, não somos nem notados”, critica Zeli Dambros, diretora da Affitti Locações e uma das coordenadoras do Hub de Eventos.
Ao dizer que o setor entende a necessidade de zelar pela vida, mas também precisa retomar gradativamente as atividades para sobreviver, a empresária garante partilhar da mesma percepção dos colegas do setor, “com uma mistura de tristeza, raiva e impotência, o que sentimos nesse momento”.
“Estamos parados desde a metade de março. Quanto tempo mais o prefeito e o governador acham que nossas empresas sobreviverão? É uma lástima esse desmando, portanto vai aqui nosso repúdio”, finaliza a empresária, em texto enviado ao site.
A saber: o Hub de Eventos da CDL de Caxias tem hoje 78 empresas associadas. Os dados do setor foram solicitados junto à prefeitura, o que pode dimensionar a projeção da cadeia de eventos sociais e empresariais, mas ainda não foram repassados ao grupo.