Caxias do Sul 24/11/2024

Restauro da MAESA: nova esperança no horizonte

Dois consórcios estão habilitados a desenvolver modelagem de ocupação desse patrimônio histórico caxiense em 180 dias
Produzido por Silvana Toazza e Marcos Fernando Kirst, 06/07/2022 às 10:24:17
Restauro da MAESA: nova esperança no horizonte
Mercado Público integra plano já desenvolvido pela Vazquez Arquitetos
Foto: Vazquez Arquitetos

A Metalúrgica Abramo Eberle S/A (MAESA) foi a maior e mais importante indústria de Caxias do Sul na primeira metade do século XX. Seu patrimônio histórico tombado, "joia rara no centro da cidade", como definiu a secretária municipal da Cultura, Aline Zilli, é alvo hoje de expectativa sobre seu restauro para utilização mesclando a exploração comercial e cultural do espaço.

O assunto volta à tona nesta semana, já que a prefeitura apresentou à imprensa e a convidados, na terça-feira (5/7), os dois consórcios habilitados a elaborar a modelagem de ocupação da Maesa no que tange o conceito de viabilidade dentro de parcerias público-privadas (PPPs). Os grupos têm prazo de 180 dias para conclusão do trabalho, tendo data final de 12 de dezembro deste ano.

"Este é um momento importante, em que estamos dando mais um passo nesse processo de resgate de um bem tão valioso a todos nós", salientou o prefeito Adiló Didomenico, durante o evento.

Consórcio liderado pela Radar PPP conta com parceria da Vazquez Arquitetos, que assinou o Plano Geral da Maesa, a pedido da prefeitura

Um dos consórcios é formado por Radar PPP e Cescon Barrieu Advogados, de São Paulo, pelas caxienses Vazquez Arquitetos e Vanin Advogados, e pelo escritório Japur Advogados, de Porto Alegre. Presencialmente representaram o consórcio Matias Vazquez e Fábio Vanin e, de forma online, André Sampaio, da Radar PPP. Ele fez a apresentação do consórcio e exemplificou o trabalho do grupo com o Cais Mauá, em Porto Alegre.

O escritório Vazquez também tem o know-how de ter assinado o Plano Geral da Maesa, com análise da estrutura e dos possíveis usos do complexo, a partir de contrato com o Executivo. Nesse projeto arquitetônico inicial, estariam contemplados diferenciais como Mercado Público, Museu do Trabalho, Centro Cultural, lojas, área gastronômica e de lazer, Centro de Economia Criativa, Espaços de Inovação, entre outros. Esse levantamento, contratado pela prefeitura anteriormente à abertura do processo para empresas interessadas em participar do processo de PPPs, contribuirá com o estudo, que agora precisa contemplar diferentes aspectos de viabilidade, de forma ampla e complexa.

Grupo de São Paulo

O outro consórcio, Nuova Maesa, é composto pelas empresas SPIN - Soluções Públicas Inteligentes e Rodrigues Antunes Advogados Associados, ambas de São Paulo. O representante do grupo presente no encontro, Vitor Antunes, citou alguns projetos do consórcio, como a concessão de uso do Parque Nacional da Tijuca e do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e a PPP do Centro Administrativo de Angra dos Reis.

"De forma definitiva estamos avançando. Vamos coletar no mercado, através da visão e expertise desses grupos, como ocupar a Maesa da melhor forma", enfatizou o secretário municipal de Parcerias Estratégicas, Maurício Batista da Silva, que participou da reunião de forma remota.

Estudo completo

A modelagem inclui diagnóstico e estudo de demanda, projetos de engenharia e arquitetura, operação, modelagem econômico-financeira e modelagem jurídica.

"Temos um grupo para acompanhar as etapas e a comunicação também será feita para a comunidade conforme formos recebendo partes do trabalho", complementou a secretária de Cultura Aline Zilli.

Após a conclusão dos estudos (12 de dezembro), o município precisa apresentar em janeiro de 2023, ao Estado, um novo plano de ocupação da Maesa. O assunto será submetido à audiência pública e, se o caminho for viável, será lançada a licitação para a ocupação do patrimônio.