Preservar a memória, valorizar a cultura e potencializar a economia. Esse é o tripé condutor do projeto de restauro da antiga Estação Férrea Nova Vicenza, em Farroupilha, que entra em fase final de obras.
A reforma para ocupação do endereço tombado pelo patrimônio histórico deve ser concluída em novembro e receberá memorial, biblioteca, centro de atendimento ao turista e espaço gastronômico.
A iniciativa é encabeçada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Farroupilha, com recursos das Leis de Incentivo à Cultura do Estado do Rio Grande do Sul (Pró-cultura/RS - LIC) e Federal de Incentivo à Cultura (Rouanet), além do patrocínio de empresas da região.
A revitalização da Estação Férrea de Farroupilha e seu entorno exigirá investimento de cerca de R$ 1,2 milhão, sendo mais de R$ 1 milhão por meio de captações federal, estadual e municipal.
A saber: em 2017, a CDL Farroupilha venceu a licitação da prefeitura para o projeto de restauro e ocupação do prédio, dando à entidade a concessão da antiga Estação Férrea por duas décadas, podendo ser prorrogada por mais 20 anos. Depois da fase de estudos e projetos arquitetônicos aprovados, a obra teve início em fevereiro deste ano.
“É um projeto sem fins lucrativos. A CDL está assumindo a responsabilidade em prol da comunidade. Esse espaço poderá ser usufruído por toda a população e pelos turistas. Queremos preservar a via férrea e a estação pela importância para a cidade e por terem sido fundamentais para o desenvolvimento do comércio no município”, destaca o presidente da CDL Farroupilha, Juliano Tofolo.
Antes do projeto, antiga Estação Férrea Nova Vicenza era alvo de depredações
Estação Férrea Nova Vicenza: inauguração em 1910
Concluída em 1909, mas inaugurada em 1910, a antiga Estação Férrea Nova Vicenza integra o trajeto que ligava os municípios de Montenegro a Caxias do Sul.
A obra foi um marco aos moradores do território que hoje pertence a Farroupilha, incrementando o varejo local com o transporte de mercadorias. Na época, além da estação, foi construído o Armazém da Ferrovia, embrião para que se formasse um núcleo habitacional. Foram edificados, ainda, uma escola, uma igreja e pontos comerciais no entorno.
“A Estação foi o elemento de união da comunidade, sendo fundamental para a constituição do município. Foi a obra que deslocou o eixo, trazendo o desenvolvimento econômico para o Centro de Farroupilha. Foi na ferrovia, inclusive, que o General Flores da Cunha prometeu que, caso fosse eleito, emanciparia Farroupilha”, lembra Tofolo, presidente da CDL Farroupilha.
No final dos anos 1970, o trem deixou de circular pela região, marcando também a mudança do modal brasileiro, embora oficialmente a linha nunca tenha sido extinta.