Uma ótima notícia para os escritores de Caxias do Sul: foi prorrogado até o dia 30 de abril o prazo para inscrição de trabalhos no 54º Concurso Anual Literário, promovido pela Biblioteca Pública Municipal Dr. Demétrio Niederauer. Podem ser inscritos trabalhos inéditos e sob pseudônimo nas categorias conto, crônica e poesia (os vencedores recebem troféu, certificado e medalhas e têm seus textos publicados em antologia), e os escritores com livros ficcionais já publicados no ano anterior podem inscrever suas obras na categoria obra literária, cujo vencedor recebe o Prêmio Vivita Cartier (troféu e prêmio em dinheiro no valor de R$ 8.277,60). A divulgação dos vencedores está prevista para o final do mês de maio.
O concurso literário de Caxias do Sul acontece ininterruptamente desde 1967, tendo já revelado diversos nomes do cenário literário local e regional. Os interessados podem enviar seus trabalhos via correio, seguindo as exigências do regulamento, para a Rua Dr. Montaury, 1.333, Centro, Caxias do Sul, aos cuidados da Comissão Organizadora do Concurso Anual Literário. Para se inscrever presencialmente, no 4º andar da Biblioteca Pública Municipal Dr. Demetrio Niederauer, é necessário agendamento prévio pelo e-mail bibliotecapublica@caxias.rs.gov.br ou pelos telefones (54) 3221.1118 / 3214.5937 / 3214.6083.
A ficha de inscrição e o regulamento estão disponíveis no site www.caxias.rs.gov.br/servicos/cultura/livro-e-leitura/concurso-anual-literario
A categoria obra literária, conferindo o Prêmio Vivita Cartier, foi instituída no Concurso Anual Literário de Caxias do Sul no ano de 2012 e teve seu primeiro vencedor em 2013, com a obra de Luis Narval, “Era em Pleno Dia a Ascensão da Noite”. Até então, vigorava a categoria obra literária inédita, que foi extinta, e, desde 2013, premia-se autor com livro publicado no ano anterior.
Após Narval, os vencedores até aqui foram: Marcos Mantovani (2014), Alessandra Rech (2015), Marcos Fernando Kirst (2016), Bernardethe Zardo (2017), Paulo Ribeiro (2018) e Pippo Pezzini (2019).
QUEM FOI VIVITA CARTIER
Vivita Cartier (1893 – 2019) foi uma poeta nascida em Porto Alegre que dedicou sua vida à construção de uma “persona” artística e literária. Filha de descendentes de franceses e de italianos, Vivita participou ativamente do cenário cultural na Capital do Estado e em Caxias do Sul, onde possuía estreitos laços familiares.
Sua poesia e seu talento na arte declamatória eram conhecidos e aplaudidos por todo o estado. Participava ativamente de eventos culturais e sociais e era reconhecida pelos meios intelectuais e pela imprensa da época. Nunca publicou livro, apesar de ter tido alguns de seus poemas publicados em jornais e revistas da época, com seus versos sendo aclamados.
Acometida por tuberculose com cerca de 19 anos de idade, mudou-se, com os pais, para Criúva, hoje distrito de Caxias do Sul, em busca de ares serranos benfazejos a seu quadro clínico. Ali viveu seus últimos sete anos combatendo a doença e produzindo poesia. Morreu em 21 de março de 1919, aos 26 anos (completaria 27 em 12 de abril) e segue sepultada no Cemitério do Pontão, em Criúva.
Seu nome e sua memória viraram mito, a ponto de ela ser patrona de uma cadeira na Academia Caxiense de Letras e também na Academia Literária Feminina de Letras, de Porto Alegre.
Em 2019, no centenário de seu falecimento, o escritor Marcos Fernando Kirst lançou uma extensa biografia resgatando sua trajetória e seus poemas, intitulada “O Ocaso da Colombina: A Breve e Poética Vida de Vivita Cartier”.
