Era para ser somente na segunda-feira, mas o prefeito de Caxias, Flávio Cassina, convocou uma reunião emergencial do Gabinete de Crise neste domingo (dia 14) de manhã. Na pauta, um assunto que provocou desespero entre funcionários e trabalhadores, diante de um cenário já fragilizado pelas medidas de proteção contra a Covid-19, que começaram a ser adotadas ainda em março.
Contudo, no início da noite de sábado (13), um novo revés trouxe apreensão às lideranças da Serra, com o anúncio da troca da bandeira laranja para vermelha na região de Caxias, respeitando os critérios do Modelo de Distanciamento Controlado do governo do Estado. Isso evidencia que os 49 municípios integrantes dessa região estão em uma situação de alto risco de contágio e as medidas ficarão mais rígidas a partir desta segunda (15), voltando a fechar lojas, shoppings, academias, igrejas, entre outros estabelecimentos.
Mas a decisão do governo está longe de ter sido bem digerida. No encontro deste domingo, com a presença do prefeito, do vice-prefeito Edio Elói Frizzo e de vários secretários, a prefeitura de Caxias decidiu que solicitará que o governador reconsidere a troca de bandeira. No ofício, a ser encaminhado a Eduardo Leite nesta segunda, a prefeitura questionará a alteração dos critérios sem aviso prévio aos municípios, o que causa insegurança na tomada das decisões na área da saúde pública que estão sendo implementadas.
Também será solicitado que o Estado avalie as cidades compreendidas na região levando em conta população, tamanho e esforço (o que cada um fez na área da saúde na pandemia). A sugestão é que possa ser cogitada inclusive a subdivisão da Serra por regiões das Hortênsias, Campos de Cima da Serra e da Uva e do Vinho.
Leitos ocupados por pacientes da região
O documento ainda questionará a regulação de leitos em hospitais de Caxias do Sul, que é feita pelo próprio Estado, nos quais as UTIs são ocupadas por pacientes da região, solicitando especial atenção a Bento Gonçalves. Há o questionamento ainda de quantos dos 190 leitos anunciados pelo governador serão destinados para Caxias do Sul.
Em contrapartida, a administração municipal se compromete a promover uma reunião entre os secretários da Saúde dos municípios que compõem a região da Uva e do Vinho e a Coordenadoria Regional de Saúde. Também promete abrir 10 novos leitos de UTI no Hospital Pompéia e um no Hospital do Círculo, além dos 15 leitos de UTI/SUS instalados recentemente e já mantidos pela prefeitura de Caxias no HG e Virvi Ramos. Outro compromisso é com o início da testagem nas Unidades Básicas de Saúde e UPAs envolvendo pessoas acima de 50 anos. Os equipamentos adquiridos pelas campanhas de entidades de classe na cidade serão disponibilizados para a rede hospitalar.
"Caxias do Sul fez e continua fazendo a sua parte. Montamos hospitais de campanha, aumentamos o número de leitos e pagamos por eles, temos apenas seis óbitos registrados por Covid-19 no município, então queremos que o governador olhe por Caxias do Sul", informa o prefeito Flávio Cassina.
A intenção da prefeitura é voltar a conversar com as entidades e os sindicatos envolvidos.
"Vamos aguardar a posição do governador, porque novamente atinge em cheio a nossa economia. Mas, paralelo a isso, a ideia é que realmente as pessoas tenham consciência da importância de ficar em casa e sair apenas para as atividades essenciais como supermercado e farmácia e de máscara, que é obrigatório. Vamos reforçar a campanha #cuidedasuafamília, que apenas um vá às compras neste momento. Iremos também intensificar a fiscalização do transporte coletivo", reforça o vice-prefeito, Edio Elói Frizzo.
A acompanhar os próximos capítulos...