POR MARCOS FERNANDO KIRST
A atitude é histórica: o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (sediado no prédio conhecido como Pentágono, em Washington, DC) admitiu oficialmente, em comunicado divulgado na terça-feira, dia 13 de abril, a veracidade de um vídeo que acompanha as evoluções aéreas de um objeto voador não-identificado (OVNI) fazendo piruetas assombrosas no céu da Califórnia.
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O fenômeno foi detectado e gravado por câmeras térmicas dotadas de sistema infravermelho, em julho de 2019, por oficiais da Marinha norte-americana a bordo do navio USS Russell. A própria Marinha já havia divulgado os vídeos em 2020 (até então, mantidos como sigilosos) e atestado a veracidade que agora o Pentágono oficialmente endossa. Os objetos tinham a aparência de “pirâmides voadoras” e faziam evoluções em alta velocidade no céu, com manobras impossíveis para a tecnologia dos aparelhos voadores atualmente conhecidos. Nos trechos divulgados, é possível ouvir as exclamações de espanto das pessoas que estão capturando as imagens.
No entanto, nem o Pentágono e tampouco a Marinha dos Estados Unidos informam do que se trata o objeto voador capturado pela filmagem (talvez, por não terem a menor ideia). As hipóteses, claro, variam ao gosto dos analistas, sejam eles profissionais ou amadores, como sempre ocorre nos casos de avistamentos de coisas estranhas cruzando os céus: fenômenos meteorológicos, cometas desgovernados, aeronaves espiãs, drones ultramodernos, super-heróis, deuses astronautas, espaçonaves extraterrestres, artefatos de outras dimensões, viajantes do futuro, luzes distantes, aurora boreal, anjos e o que mais a imaginação for capaz de conceber.
A novidade, enfim, fica por conta da mudança de postura dos órgãos oficiais governamentais norte-americanos, de não desautorizar a veracidade das imagens. Daí a definir com exatidão o que é que foi filmado, há uma distância de centenas de milhares de anos-luz...
TUDO COMEÇOU COM OS “PIRES VOADORES”
A história dita oficial do registro de avistamentos de objetos voadores não-identificados que atiçam a curiosidade e destravam as portas da imaginação da humanidade tem início em 24 de junho de 1947, quando o norte-americano piloto civil de aviões comerciais e de socorro, Kenneth Arnold (1915 – 1984), afirmou ter avistado, enquanto pilotava seu avião, uma formação de nove objetos voadores esquisitos nas proximidades do Monte Rainier, em Washington.
Impressionado com o que testemunhou, Arnold concedeu entrevistas à imprensa dizendo que os objetos se assemelhavam a “pires saltitando sobre a água”, devido aos movimentos bruscos e inimagináveis que eles faziam nos céus. Foi o que bastou para que os jornais batizassem os objetos (UFOs, na sigla em inglês para Unidentified Flying Objects) como “flying saucers”, ou seja, “pires voadores”, vertidos para “discos voadores” em português, quando avistados pelos céus de nossas bandas. A partir daí, os avistamentos passaram a se suceder pelo mundo todo tal qual uma pandemia, originando casos hoje clássicos e muita, mas muita fraude também.
Kenneth Arnold e um desenho dos "pires voadores" que afirma ter avistado em 1947
Apesar do marco histórico representado pelo caso de Kenneth Arnold, avistamentos de objetos estranhos voando a velocidades surpreendentes e fazendo manobras inverossímeis no ar já eram recorrentes nos relatos oficiais feitos por pilotos de todos os lados envolvidos nos combates aéreos da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945). Não era incomum os pilotos sobreviventes às batalhas retornarem às bases impressionados com os avistamentos de engenhos que, na maioria das vezes, atribuíam a uma tecnologia revolucionária dos inimigos... Até que, ao final do conflito, todos perceberem que comungavam o mesmo espanto e nenhum dos países combatentes detinha (ao menos, não oficialmente) tais tecnologias.
Na época, esses objetos eram classificados, pelos pilotos norte-americanos e ingleses, como “foo fighters”, ou seja, “fogos fantasmas” (a maioria dos objetos se assemelhava a esferas avermelhadas, lembrando bolas incandescentes, voando em torno dos aviões de guerra). Não confundir com a banda de rock de Dave Grohl, o ex-baterista do Nirvana, cujo tipo de som é terráqueo e perfeitamente identificável.
A histeria provocada no mundo a partir dos supostos avistamentos de OVNIS registrados nas décadas de 1940 e 1950 chegou a receber a atenção do afamado psicanalista Carl Gustav Jung (1875 – 1961), que dedicou seu talento a estudar e analisar as motivações psicológicas de massa que podem estar por trás da explicação de muitos dos relatos. Ele trata do assunto no texto intitulado “Um Mito Moderno Sobre Coisas Vistas no Céu”, que vale a pena ser conferido.
Até o psicanalista Carl Gustav Jung dedicou atenção à questão dos OVNIS
Se os discos voadores existem ou não, ainda não há uma comprovação científica cabal. De qualquer forma, a partir de agora, o Pentágono afirma que alguns dos registros dessas coisas são reais e não fake Os filmes, então, existem. Já as coisas que eles retratam, bem... A resposta pode estar lá fora ou soprando ao vento e o tema segue vivo e em pauta por todo o planeta.
Relembre crônica saborosa sobre o tema dos discos voadores escritas por Rachel de Queiróz (1910 - 2003) e publicada no site, na seção NOSTALGIA DAQUELA CRÔNICA, aqui: OS DISCOS VOADORES