25 anos de mercado garantiram à Hyva do Brasil a experiência e a força necessárias para confrontar o cenário inimaginável na economia trazido pela Covid-19.
Após um 2019 de resultados históricos, a fabricante de cilindros, kits hidráulicos, pisos móveis e guindastes articulados, com duas plantas fabris em Caxias do Sul, comemora o aniversário com a previsão de fechar o ano no azul, com crescimento de 6% a 10%.
A subsidiária da multinacional holandesa, a única nas Américas, foi fundada em 1995 e tem capacidade para produzir mais de 220 cilindros hidráulicos e oito guindastes articulados por dia.
A seguir, entrevista à seção "Conversa Afiada" do site com o diretor-presidente da Hyva do Brasil, Rogério De Antoni.
Quais as conquistas nestes 25 anos de mercado?
Nestes 25 anos, a Hyva contribuiu fortemente para a economia da cidade, da região e do Brasil, assumindo a liderança na fabricação e na comercialização de cilindros e kits hidráulicos, não somente no país, mas em toda a América Latina. Também conquistou mercados importantes como os Estados Unidos e o Canadá e, hoje, além de fornecer para todos os fabricantes de implementos do Brasil, exporta para todos os países das Américas, sendo referência e tendo uma marca amplamente reconhecida pelo mercado. Além da atuação na área hidráulica, a empresa vem conquistando o mercado de guindastes articulados com sua linha de alto desempenho e qualidade. A Hyva também é precursora da inovação em produtos, implementando novas tecnologias no mercado.
Qual a estrutura atual em termos de funcionários e capacidade produtiva?
Geramos atualmente mais de 300 empregos diretos em Caxias do Sul, além de fomentarmos uma rede de fornecedores locais, que acompanharam o crescimento da Hyva ou surgiram com a Hyva. Temos uma capacidade instalada para produzir mais de 220 cilindros hidráulicos e oito guindastes articulados por dia.
De que forma a crise impactou nos negócios?
Tivemos um grande impacto nos meses de março e abril, no início da pandemia, em que concedemos férias coletivas nas duas fábricas locais, afetando nosso faturamento. Nossa preocupação era de não impactarmos o negócio de nossos clientes, o que foi possível para o mercado interno, já que a maioria também parou. Porém, não atendemos de forma plena as exportações naqueles meses e perdemos parte dos negócios, principalmente nos Estados Unidos. Felizmente, conseguimos por em prática um plano de recuperação e hoje estamos atingindo a normalidade.
Foi preciso demitir?
Felizmente, não foi preciso fazer demissões. Com a utilização das medidas acordadas na Convenção Coletiva Extraordinária entre o Simecs e o Sindicato dos Trabalhadores, adicionadas às medidas do governo em flexibilizar os contratos, conseguimos passar pelo período crítico sem fazer demissões.
Quais as estratégias para contornar as dificuldades? Montamos um Comitê de Crise, formado pela direção e gerentes, para avaliar diariamente as medidas para preservação da saúde dos funcionários; implementamos o Home Office para as funções que permitiam; afastamos as pessoas do grupo de risco e seguimos as orientações dos órgãos competentes montando protocolos rígidos na empresa. Ao mesmo tempo, o Comitê de Crise revisou as projeções econômicas e financeiras da empresa, montamos cenários para o que viria pela frente e implementamos medidas de contingenciamento, reduzindo despesas, porém, sem deixar de investir, pois tínhamos a visão de que a recuperação seria rápida, como foi na realidade.
Quais os principais mercados e destinos? Fornecemos para mais de 30 países. Nosso principal mercado é o Brasil. Na exportação, damos destaque aos EUA, México, Chile, Argentina, Peru, além de todos os outros países sul-americanos, mas também temos um mercado importante na Ásia, como China, Indonésia e Malásia.
O mercado está retomando? Para a Hyva, o mercado não só retomou como está mais forte do que antes da pandemia, muito puxado pelo agronegócio, mas também por uma necessidade após três anos de crise pela qual a economia brasileira vinha passando.
Qual a perspectiva de fechamento em 2020, com crescimento no faturamento? Planejamos encerrar 2020 com crescimento entre 6% e 10% em relação a 2019.
Que dicas deixaria aos empresários?
Em primeiro lugar, tenha respeito aos seus clientes, oferecendo produtos e/ou serviços de qualidade, que estejam na vanguarda tecnológica, cumprindo promessas e, sobretudo, sendo para eles uma solução e não um problema. Não menos importante é traçar cenários futuros e planejar a empresa para enfrentar cada um deles, e implementar esses planos diminuindo os riscos do negócio.