POR MARCOS FERNANDO KIRST
Outubro invadiu a folhinha do calendário trazendo alta dose de ansiedade para o jovem quarteto integrante de uma nova e ainda obscura banda de rock irlandesa. Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. não viam a hora de chegar o dia 20 de outubro daquele ano de 1980, quando, enfim, veriam concretizado o sonho de lançar o primeiro álbum da banda U2, que, quatro décadas depois, estaria assentada definitivamente no Olimpo dos grandes nomes imortais do rock and roll internacional.
Batizado como “Boy” e trazendo na capa a imagem em preto e branco de um menino, o disco (então lançado ainda somente nos formatos LP de vinil e fita cassete, já que o CD ainda não havia entrado em cena na indústria fonográfica) marca a arrancada da hoje extensa discografia da banda, composta por 14 álbuns de estúdio, entre eles, alguns já icônicos como “The Joshua Tree” (1987), “Rattle and Hum” (1988), “Achtung Baby” (1991), “Zooropa” (1993), “Pop” (1997) e “All That You Can´t Leave Behind” (2000).
"Boy" deu a largada para uma discografia composta hoje por 14 álbuns de estúdio
A caminhada, a partir de “Boy”, seria longa, perene e sólida, mostrando uma banda cujos conceitos estéticos e qualidade evoluíram tal qual o crescer e o amadurecer de uma criança rumo à adultice. Desde a formação em 1976 até hoje, são 44 anos de estrada, uma das mais longevas bandas de rock da história, com a característica extra de jamais terem alterado a formação original.
As 11 faixas de “Boy” não chegam a entusiasmar quem, nos dias de hoje, faça uma tentativa de usar o disco como porta de entrada para conhecer o som do U2. Tanto é que dificilmente alguma delas integra o set list dos shows ao vivo do quarteto (exceto "I Will Follow"). Mas serve como e sempre será um marco histórico. Para matar a saudade, vale revisitar dois dos hits daquele disco. SENTE OS SONS de I WILL FOLLOW e de A DAY WITHOUT ME.