Por KIRST, MARCOS FERNANDO KIRST
Seu nome era Connery. Sean Connery. O bordão estilizado em anunciar primeiramente o sobrenome e depois repetir o nome completo foi institucionalizado na cultura pop ocidental a partir da década de 1960, com o personagem que o grande ator escocês imortalizou nas telas do cinema: James Bond, o detetive 007. Na verdade, Bond. James Bond!
Sean Connery, um ícone contemporâneo do cinema, morreu na madrugada deste sábado, 31 de outubro, aos 90 anos de idade, em sua casa, nas Bahamas. Ele vinha enfrentando o Alzheimer já há vários anos.
O ator protagonizou uma carreira invejável ao longo de mais de cinco décadas nas telonas. Foi o primeiro a encarnar o papel da franquia James Bond, atuando em sete filmes entre os anos 60 e 80, todos eles clássicos e imperdíveis: “O Satânico Dr. No” (1962), “Moscou contra 007” (1963), “007 contra Goldfinger" (1964), “007 Contra a chantagem atômica” (1965), “Com 007 só se vive duas vezes” (1967), “007 - Os diamantes são eternos” (1971) e “007 - Nunca mais outra vez” (1983). Depois dele, o agente secreto mais famoso do cinema (personagem criado na literatura pelo escritor britânico Ian Fleming em 1953) foi vivido por vários outros atores, especialmente Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Daniel Craig (o 007 atual). Mas, convenhamos, nenhum chega perto do carisma do pioneiro Connery, Sean Connery.
Na pele do agente secreto 007
Sofisticação, classe, charme e o inconfundível acento com “s” chiado de Connery conferiram ao personagem algumas de suas marcas registradas, além da preferência pelo drinque Martini (fãs arqueológicos juram que o personagem, vivido pelos diversos atores, já consumiu 109 cálices da bebida ao longo dos 24 filmes já realizados) e de seu encantamento por belas mulheres, as chamadas “bond girls”. Uma delas (não a mais famosa, que foi Ursula Andress), Barbara Bach, acabou casando com o Beatle Ringo Starr.
Connery também teve atuações marcantes em filmes como “Os Intocáveis”, “O Nome da Rosa”, “Indiana Jones”, “Marnie, Confissões de Uma Ladra” (de Alfred Hitchcock), “O Homem Que Queria Ser Rei”, “A Liga Extraordinária” e muitíssimos outros.
Nasceu na capital escocesa, Edimburgo, em 25 de agosto de 1930. Foi casado com a atriz australiana Diane Cilento, entre 1962 e 1973, com quem teve seu único filho, Jason Joseph, nascido em 1963. Desde 1975, estava casado com Michelline Roquebrune Connery.