POR SILVANA TOAZZA
Prestes a comemorar 50 anos de história, em junho de 2022, a Unimed Nordeste-RS detém 51% do mercado de planos de saúde em seus 17 municípios de abrangência na região, com 380 mil beneficiários e 8,3 mil empresas clientes.
Além disso, tem consciência de que, para manter o status de segunda maior Unimed do RS, somente atrás da regional de Porto Alegre, precisa investir cada vez mais em estruturas de ponta para suprir as demandas da saúde, ao lado de uma equipe altamente qualificada.
Os números confirmam a força da marca: desde o início da pandemia, a Unimed Nordeste investiu cerca de R$ 15 milhões em estrutura, equipamentos e contratação de equipe, com foco no atendimento à Covid-19. Agora, num novo round de investimentos, a cooperativa confirma outros R$ 15 milhões em ampliação, a serem aplicados até o mês do aniversário de cinco décadas na Serra.
Instalado em Caxias do Sul, o Complexo Hospitalar Unimed, reconhecido em 2021 na lista dos melhores hospitais do Brasil, conforme ranking da revista Newsweek, abrirá 38 novos leitos clínicos e oncológicos no sexto andar do Bloco B, com inauguração prevista para ainda este ano, em dezembro. Paralelamente, uma nova UTI, com 20 leitos, está sendo construída junto ao Bloco A, o que deixará a instituição com 40 vagas fixas de tratamento intensivo. A abertura da nova UTI está prevista para junho do ano que vem.
O esforço faz jus ao cenário recente: de março de 2020 a agosto de 2021, um contingente de 1.338 beneficiários com Covid-19 foram hospitalizados no Complexo, sendo 617 em UTI.
“Enquanto parques fabris colocam a indústria da Serra Gaúcha em destaque, em grande parte confiando a saúde de seus trabalhadores a esta operadora de planos, paralelamente, a Unimed Nordeste-RS eleva os cuidados de saúde dessa mesma porção do Estado a um novo patamar”, observa o presidente da Unimed Nordeste-RS, Ronaldo Mattia.
Na entrevista exclusiva para o portal de notícias, o médico de 61 anos compartilha o desafio de enfrentar uma pandemia sem precedentes e a importância vital de investir em saúde:
Em contagem regressiva para seus 50 anos, o que a Unimed Nordeste-RS tem a comemorar?
Ronaldo Mattia: Comemorar 50 anos de história é primeiramente agradecer aos nossos heróicos fundadores, é voltar para 1972. Lá começou, com muita coragem e certa desconfiança, nossa história. Pouco, quase nada sabiam, mas já reconheciam o fundamento e a importância do cooperativismo. Inicialmente, era difícil convencer, vender planos de saúde, praticavam o atendimento privado. Hoje, graças a eles, comemoramos o desenvolvimento, o crescimento, os frutos deste sucesso. Crescemos com as comunidades. Estamos em 17 municípios da Região Nordeste, somos mais de 1,2 mil médicos cooperados. Diretamente, geramos aproximadamente 2,4 mil postos de trabalho, somos a segunda maior Unimed do Estado, só atrás de Porto Alegre. Somos a segunda do Brasil fora das capitais, crescemos e sabemos da nossa responsabilidade nas comunidades. Esse é o tamanho de nossa responsabilidade e os motivos a comemorar!
Quais os desafios desde 2020, por conta da pandemia?
A pandemia chegou sem um manual de instruções. Sabíamos o que a imprensa divulgava. Mas aos poucos sentimos a diferença entre ouvir, ver e ter um hospital lotado. Com 60 leitos de UTI, além dos habituais 20 leitos, com um grande complexo tendo suas características totalmente alteradas e tendo a responsabilidade de atender uma demanda jamais imaginada. Contamos com nossos incansáveis médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, higienizadores, com toda estrutura que não se rendeu à pandemia. Aprendemos a mudar peças do motor com ele em atividade. Somos extremamente gratos a todas as nossas equipes de trabalho.
O pior da Covid-19 passou. Como enxergam o futuro em relação a esse tema?
Não podemos parar. Estamos em expansão. Entregaremos novos leitos clínicos até dezembro deste ano. Já iniciamos mais 20 leitos fixos de UTI para 2022. Não queremos uma nova pandemia, mas devemos estar vigilantes. Queremos dar o melhor para nossos médicos exercerem seus trabalhos e aos nossos beneficiários no momento mais crítico. Devemos manter nosso Complexo Hospitalar como referência aos nossos médicos cooperados e beneficiários, principalmente na alta complexidade.
A pandemia escancarou a importância da saúde. Houve mais procura por planos de saúde ou a perda da renda das famílias prejudicou o cenário?
A pandemia mostrou a importância de se ter a segurança nestes momentos. Quando atendemos bem nossos beneficiários, o sistema público pode cuidar dos que não possuem o convênio. Não tivemos grandes perdas. Fizemos negociações, acordos, concessões, para manter nossos clientes, garantindo-lhes o atendimento.
Qual a principal lição deixada pela pandemia?
A principal lição foi que juntos, mesmo não conhecendo o inimigo, tiramos forças invisíveis para o enfrentamento. Nos piores momentos, nas madrugadas mais longas, tivemos uma grande equipe sempre com disposição para o atendimento.
A Unimed Nordeste crescerá em 2021? Qual a previsão de faturamento?
Estamos crescendo. A confiança e segurança advindas dos serviços prestados nestes 50 anos é o principal fator para o reconhecimento das pessoas nas 17 comunidades da nossa área de ação. A previsão é ultrapassar R$ 1 bilhão/anual em faturamento.
Quais os investimentos previstos e em que áreas?
Temos investimentos no Complexo Hospitalar Unimed, nos Escritórios Regionais, em Caravaggio/Farroupilha, perfazendo R$ 30 milhões em recursos aplicados em melhorias e expansão.
As equipes de trabalho serão reforçadas?
Durante a pandemia contratamos muito. Precisamos substituir conforme a legislação vigente. Para as novas áreas, serão contratados novos profissionais.
Caxias do Sul está bem servida de hospital ou é necessário pensar em expansão?
Falamos do Nosso Complexo Hospitalar Unimed. Teremos condições de atender nossos beneficiários. Se ocorrerem necessidades de ampliação, pensaremos.
O que diria aos profissionais da saúde, linha de frente e bastante exigidos desde março de 2020?
Que somos agradecidos, que temos muito respeito e gratidão. Foram capazes de deixar seus filhos, pais e familiares para cuidar dos outros. Reinventaram-se, foram além de seus próprios limites. A todos esses profissionais da saúde, a sociedade, como um todo, só temos a agradecer.
Que mensagem deixaria a empresários e executivos diante das incertezas do mercado?
Acreditamos que o pior momento foi ultrapassado. Encontramos hoje outros entraves e dificuldades, sequelas da pandemia. Temos de acreditar e devemos acreditar. Recuperar nossas forças, união e enfrentamento. Na crise, somos capazes de reinventar. Crescemos, saímos fortes e vivos!