Por Marcos Fernando Kirst
O Brasil perdeu no início da tarde desta quarta-feira, 15, um de seus maiores escritores: o mineiro Rubem Fonseca. Estava com 94 anos e faria aniversário no dia 11 de maio. O escritor residia no Rio de Janeiro, no bairro Botafogo. Estava em casa almoçando quando sentiu-se mal e foi levado às pressas ao hospital, onde não resistiu.
A vida real, a miséria e a violência urbana como fatores definidores dos destinos de boa parte da população brasileira eram os focos principais da literatura realista e crua de Rubem Fonseca. Dono de um estilo direto, desprovido de penduricalhos linguísticos, Fonseca sabia como poucos construir personagens calcados na realidade, transitando em atmosferas muitas vezes violentas e desesperançadas.
Contista, romancista e ensaísta, são de sua autoria obras emblemáticas da literatura brasileira contemporânea como “Feliz Ano Novo”, “Agosto”, “O Caso Morel”, “Bufo & Spallanzani”, “A Grande Arte”, “Lúcia McCartney”, “Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos”, “Os Prisioneiros”, “A Coleira do Cão”, “O Buraco na Parede” e muitos outros.
Conquistou, na carreira, nada menos do que seis Prêmios Jabuti, um Prêmio Camões, um Prêmio Machado de Assis, entre outros. De temperamento reservado, não concedia entrevistas para a imprensa pelos últimos 50 anos. Era viúvo de Théa Maud e deixou três filhos: Maria Beatriz, José Alberto e o cineasta José Henrique Fonseca (Zeca Fonseca).
