Embora a Serra esteja em bandeira vermelha pela terceira semana consecutiva no mapa de distanciamento contra a Covid-19, a prefeitura de Caxias do Sul informa que está aguardando documento da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) para flexibilizar comércio e restaurantes.
A confiança decorre de negociação da entidade com o governador Eduardo Leite, que teria acenado com a possibilidade dos municípios terem autonomia em alguns setores. Um documento com essa reivindicação também foi encaminhado ao governo estadual pela Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) no final de semana.
O prefeito de Caxias do Sul, Flávio Cassina, diz estar no aguardo da orientação da Famurs e da Amesne para flexibilizar alguns setores, independentemente da cor da bandeira.
"Continuamos na bandeira vermelha, mas paralelamente temos um documento assinado pelos prefeitos de todos os municípios da região para flexibilizar alguns setores, adotando critérios da bandeira laranja. Estamos aguardando a orientação da Famurs, que por sua vez vai passar à Amesne e, provavelmente, teremos que fazer um decreto em consonância com os demais municípios", informa.
O prefeito antecipa que comércio e serviços serão os primeiros a voltar às normas da bandeira laranja.
"Neste primeiro momento trabalhamos para a abertura do comércio e dos restaurantes como se estivéssemos em bandeira laranja, tendo os cuidados de distanciamento e regras de higiene exigidos", declara o prefeito.
Entidades engajadas na luta
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul e o Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) defendem que a bandeira vermelha permita o funcionamento do comércio com 25% dos funcionários, com portas abertas para atendimento ao público.
“Já estamos com quase 1,5 mil trabalhadores demitidos pelo varejo caxiense, 23,43% do saldo negativo das demissões no município. Ao mesmo tempo em que vemos tantas restrições ao comércio, não temos observado uma diminuição no número de infectados pelo coronavírus, o que nos dá condições de buscarmos esse entendimento por parte do governo de que comércio, em especial os micro e pequenos, não podem continuar sendo sacrificados por mais tempo”, defende o presidente da CDL, Renato S. Corso.
"A situação atual está insustentável. Os índices de saúde a cada dia se agravam mais e não podemos ficar mais na dependência da mudança de bandeira para abrir as portas. Queremos que haja um tratamento igualitário para o comércio como um todo. Da forma como está, o desequilíbrio entre quem cumpre a bandeira vermelha e quem ignora é evidente. Se é para atender, que seja com 25% dos funcionários e limitação de pessoas para o acesso aos estabelecimentos", declara a presidente do Sindilojas Caxias, Idalice Manchini.