A Marcopolo, de Caxias do Sul, divulgou na manhã desta quinta-feira (25/02) os resultados referentes ao desempenho do quarto trimestre de 2020. Dessa forma, também passou a régua nos indicadores do ano passado, confirmando o que já se sabia: a pandemia da Covid-19 impactou fortemente os números e vendas do setor de transporte de passageiros.
No ano passado, a fabricante de ônibus alcançou receita operacional líquida de R$ 3.589 bilhões, queda de 17,8% sobre 2019, quando havia obtido desempenho de R$ 4.367 bilhões. O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também teve redução de 20,6% em 2020. Apenas no quarto trimestre, a produção total foi de 3.119 unidades de ônibus, volume 20,9% inferior ao do mesmo período de 2019. Mesmo com o cenário desfavorável, a companhia manteve a liderança no mercado nacional, com 52,7% de participação no ano passado.
Depois de um ano sofrido por conta do coronavírus, a Marcopolo expressa ao mercado e a investidores sua esperança na recuperação de volumes em 2021, com crescimento das vendas à medida em que a vacinação avançar em seus mercados relevantes.
“A abrangência e efetividade da contenção da doença será essencial para retomada de atividades como turismo, linhas regulares de longa distância, transporte público urbano e transporte escolar, que sofreram com a queda de passageiros”, afirma a fabricante, no relatório divulgado ao mercado.
A companhia também pontua que em outras crises a diversificação de geografias atenuou os efeitos, mas, desta vez, a pandemia impactou praticamente todos os mercados.
E mais: a retomada iniciada no terceiro trimestre de 2020, a partir do fim dos lockdowns, foi interrompida em seu princípio pela chegada da segunda onda da Covid-19 e limitou a confiança dos clientes em novas compras, postergando uma recuperação mais consistente de volumes.
Dessa forma, a sazonalidade histórica, com menos entregas no primeiro trimestre, deverá se repetir. A Marcopolo acredita que o avanço mais consistente na venda de ônibus ocorrerá a partir do segundo semestre de 2021, puxado pelo segmento de rodoviários, fomentado pelo fortalecimento do turismo regional e pela volta dos passageiros às linhas regulares.
Para o mercado de urbanos, a empresa observa uma retomada mais lenta, uma vez que esse segmento depende de crescimento econômico e redução do desemprego de forma mais evidente para ganhar tração. Já o setor de micro-ônibus (da marca Volare) deverá manter boa performance, com incremento de volumes no fretamento, turismo e reabertura de escolas e universidades, setor paralisado pela pandemia. Outra contribuição relevante seguirá sendo as vendas ao poder público, incluindo o programa federal Caminho da Escola.
Uma boa notícia também é que as exportações seguem beneficiadas pela desvalorização do real frente ao dólar, permitindo maior competitividade ao segmento. A acompanhar as próximas marchas do mercado e da Marcopolo, entre as maiores empresas de Caxias, com uma contribuição empresarial e social importantíssima não apenas à cidade, mas ao Estado e ao país.