O mercado pode estar com o freio de mão puxado, mas a Marcopolo avança acima da média nacional. Pudera: de abril a junho, foram produzidas no Brasil 3.456 carrocerias de ônibus, incremento de 4,7% sobre o segundo trimestre de 2020. Já na Marcopolo, com sede em Caxias do Sul, no mesmo comparativo, houve acelerada de 21,6%, com a fabricação de 2.483 unidades, incluindo a produção de modelos Volare. Como se percebe, sua liderança é absoluta e incontestável, com 72% de participação no país. Quando se elimina os micro-ônibus do comparativo, a fatia de mercado brasileiro é de 54,1% no segundo trimestre.
Os dados acabam de ser divulgados e apontam que a companhia somou receita líquida de R$ 823,7 milhões no segundo trimestre, alta de 3,2% sobre igual interim do ano passado. O lucro bruto atingiu R$ 60,5 milhões, com margem de 7,4%. O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 140,5 milhões, com margem de 17,1%. Já o lucro líquido foi de R$ 200,9 milhões, com margem de 24,4%, beneficiado pelo reconhecimento dos processos de exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins, que representaram impacto positivo de R$ 383 milhões, antes de impostos.
O setor de fretamento puxou o desempenho da companhia de abril a junho, seguido pelos modelos entregues ao programa Caminho da Escola.
“Começamos a perceber sinais de recuperação da confiança de clientes e usuários. Um dos indicativos é o aumento do interesse de compra e maior uso das frotas paradas, o que deve levar a compras efetivas mais adiante. A companhia segue confiante de que a demanda retornará de forma mais intensa no fim do terceiro trimestre de 2021 (setembro), com boas perspectivas para o quarto trimestre de 2021 (a partir de outubro), quando a maioria da população brasileira deverá ter tomado a primeira dose da vacina contra Covid-19”, observou José Antonio Valiati, CFO (diretor financeiro) e diretor de Relações com Investidores da Marcopolo.
A saber: no segundo trimestre, para o programa federal Caminho da Escola, a Marcopolo entregou 368 unidades, sendo 120 micros, 18 urbanos e 230 modelos Volare. Em junho deste ano, foi efetuada uma nova licitação, pela qual a companhia terá o direito de 3.900 unidades, do total de 7 mil ônibus licitados.
“Aguardamos a homologação desta licitação para iniciar a produção. Além disso, seguimos otimistas com o avanço da vacinação, a reabertura das escolas e universidades e a retomada do segmento de turismo”, destaca Valiati.
Mercado externo
Mesmo diante do cenário adverso provocado pela pandemia, no segundo trimestre deste ano, a produção da Marcopolo direcionada para exportações foi 18,8% superior ao mesmo período do ano anterior. Nas unidades localizadas fora do Brasil, a produção cresceu 61,2%, contra uma base mais fraca de 2020, quando parte das operações se encontravam com as atividades suspensas em função da pandemia.
“Países mais avançados na vacinação, como o Chile, mostram recuperação de volumes, ao mesmo tempo que mercados importantes, como Peru e América Central, avançam mais lentamente”, comenta Valiati.
O continente africano segue como um mercado importante para a companhia, com volumes expressivos previstos para o segundo semestre de 2021. Na África do Sul, há indicação de recuperação de volumes no curto prazo.
Em julho, foi lançada a Geração 8, composta por modelos destinados ao transporte rodoviário. Os ônibus apresentam evoluções substanciais de performance, segurança, conforto e design, desenvolvidos com foco em clientes e usuários.