Caxias do Sul 24/11/2024

MAESA: "Os caxienses e seus visitantes querem um espaço inovador"

Portal de notícias apresenta a segunda reportagem da série com depoimentos de lideranças sobre a importância da revitalização desse conjunto arquitetônico histórico para a Caxias do Sul do futuro
Produzido por Silvana Toazza e Marcos Fernando Kirst, 06/08/2022 às 10:16:48
MAESA:
Os 19 pavilhões que se espalham por 53 mil metros quadrados hoje vivem a depreciação do abandono
Foto: João Henrique Ramos

POR SILVANA TOAZZA e MARCOS FERNANDO KIRST

O portal de notícias dá sequência à série de reportagens com depoimentos de lideranças empresariais, sociais, políticas e culturais sobre a importância da revitalização da Metalúrgica Abramo Eberle SA (MAESA) para conectar a Caxias do Sul da Revolução Industrial com a Caxias do Sul do futuro.

O horizonte de resgate do complexo aponta para pilares de arte, história, gastronomia, cultura, entretenimento, lazer, bem-estar, incluindo indicativos de atrativos como Mercado Público, Museu do Trabalho, Ilhas de Inovação, Economia Criativa, Sala de Exposição de Artes e Vila Gastronômica.

O projeto inicial de restauro no Plano Geral de Ocupação desenvolvido pela Vazquez Arquitetos, de Caxias, sugere um projeto de criação de "uma cidadela", cidade dentro da cidade, no conjunto de prédios históricos tombados, que perfazem 19 pavilhões em 53 mil metros quadrados.

A estrutura é tão gigantesca quanto o desafio envolvendo no momento estudos amplos de modelagem e ocupação da MAESA, no âmbito de Parceria Público-Privada (PPP) por dois consórcios.

Maquinários utilizados na década de 1940 integrarão acervo restaurado (foto: João Henrique Ramos)

Os grupos habilitados pelo Executivo Municipal, um deles integrado por Radar PPP, Vazquez Arquitetos, Cescon Barrieu, Vanin Advogados e Japur Advogados e outro por SPIN Soluções Públicas Inteligentes e Rodrigues Antunes Advogados Associados, têm até dezembro deste ano para a entrega dos estudos detalhados para possível debate com as alas públicas e da sociedade com vistas à futura licitação do complexo e sua sustentabilidade econômica. Entenda melhor AQUI

A seguir, o que pensam outras quatro lideranças da cidade sobre esse tema tão sensível aos anseios da população:

DEPOIMENTOS

Qual a relevância da restauração da MAESA para a comunidade de Caxias do Sul?

Paula Ioris, vice-prefeita de Caxias do Sul:

"Resgate à memória da empreendedora Gigia Bandera" (foto: prefeitura de Caxias do Sul, divulgação)

“A MAESA faz parte da história de Caxias. Ela representa toda a nossa pujança com relação à indústria. Quanta coisa foi fabricada naquele lugar, tanto trabalho. Importante ressaltar a liderança feminina relacionada àquele lugar, resgatando a memória da empreendedora Gigia Bandera, à frente da empresa. Só de pensar naquele prédio, já se vê a História. Restaurar a MAESA é conservar essa história, porque ela fez história em Caxias e pode fazer uma nova história, continuá-la, com a revitalização do espaço, que será ocupado pela população. É um projeto extremamente importante para toda a cidade, que está sendo conduzido, via prefeitura, pela Secretaria de Parcerias Estratégicas, que é uma estratégia desse governo para que, apesar das dificuldades financeiras que o município enfrenta, não se deixe de fazer o que é preciso ser feito. Buscar as PPPs (Parcerias Público-Privadas) tem sido uma alternativa corriqueira dos grandes centros para viabilizar esses projetos. Assim está sendo feito para que se possa ter um prédio bem pensado, com pesquisa de demanda, verificada sua estrutura arquitetônica, para que possa ter inclusive sustentabilidade financeira. Por isso que é preciso ser tudo muito bem planejado. Mas trata-se de um marco para Caxias, dar continuidade à história que a MAESA fez, em um novo momento, valorizando o nosso povo, a nossa cultura, tendo lá dentro espaços de gastronomia, de cultura, e que levem ao desenvolvimento econômico. É fundamental termos ali o equilíbrio entre esses três pilares: o social, o ambiental e o econômico”. (Paula Ioris)

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Renato S. Corso, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul:

"A MAESA merece um projeto à altura" (foto: Julio Soares)

"Quando a MAESA foi doada para o município, era para ser um espaço que servisse à população, com a finalidade cultural. A MAESA faz parte da história de Caxias, é onde a cidade começou. Ela merece um projeto à altura, digno da sua potencialidade. É um ponto nobre da cidade, que precisa ser ocupado por algo diferente do que existe hoje, ocupada por empreendimentos profissionais. Os caxienses e seus visitantes querem um espaço inovador, que seja pensado para o turismo, para a gastronomia, que ofereça opções culturais e faça um bom atendimento. A população carece de boas iniciativas como essa. O cidadão merece esse tipo de espaço, de convivência, que valorize a cultura local e regional. A MAESA tem um potencial incrível, e tenho certeza que, além de atrair turistas, vai trazer investidores para Caxias do Sul." (Renato S. Corso)

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Frei Jaime Bettega:

"Um dia, tomara que não demore, a MAESA nos acolherá afetivamente" (foto: Edilson Pilati)

“A MAESA será o abraço que Caxias tanto precisa, o espaço das organizações sociais, da história que deve ser contada para as próximas gerações. Quando passo pelo prédio, imagino as pessoas circulando alegremente, num lugar que pode ser denominado de nosso. Um dia, tomara que não demore, a MAESA nos acolherá afetivamente e saudaremos a trajetória de um povo, que possui um legado extraordinário. A MAESA vai aumentar o nosso amor por este maravilhoso município, que sabe praticar, como ninguém, a solidariedade”. (Frei Jaime Bettega)

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Claudio Troian, produtor cultural:

"Lugar de encontro e convívio entre as diversas 'tribos' urbanas e rurais" (foto: Carlos Toigo)

“Entendo que a restauração da MAESA será de suma importância para a comunidade caxiense (e, por que não dizer, regional), por sua novidade e neutralidade enquanto lugar de encontro e convívio entre as diversas "tribos" urbanas e rurais, uma vez que a sua principal função será a de edificar um grande centro de cultura e arte”. (Claudio Troian)

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