De um lado, a Serra Gaúcha vive a chegada de mais uma safra de uvas e a valorização internacional dos produtos brasileiros. De outro, o setor vitivinícola nacional esbarra na escassez de garrafas de vidro, o que tem prejudicado o cumprimento de prazos por parte de vinícolas e até mesmo a dificuldade de envasar vinhos, espumantes e suco de uva que estão prontos para ir ao mercado. O cenário ficou ainda pior com o aumento do consumo identificado durante a pandemia.
Atenta a esse paradoxo, a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) vem trabalhando na busca de investidores para instalar na Serra uma fábrica de vasilhames, já que o Estado concentra 90% da produção nacional de vinho.
A primeira reunião ocorreu na última quinta-feira com um grupo de empresas que têm interesse no investimento na Serra Gaúcha, diante da existência de dutos de gás na região e da facilidade logística propiciada pelo maior polo de produção vitivinícola do Brasil.
Paralelo a isso, a Uvibra também conta com o apoio do Governo do Estado, que designou o Secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, para ajudar na viabilização de parceiros. O resultado já se confirma em uma reunião que está agendada para quarta, 9, com um fundo de investimentos norte-americano.
Hoje, a prioridade dos fornecedores de garrafas é o setor cervejeiro, no qual estão concentrados os grandes volumes. Enquanto isso, as vinícolas brasileiras se obrigam a importar garrafas da Argentina e do Chile, aumentando o custo final do produto em razão da alta do dólar, do frete em função da distância, além da demora na entrega.
Mesmo se o assunto avançar, uma nova fábrica de garrafas de vidro levaria cerca de 2 anos para ser construída e entrar em operação. A acompanhar.
