Atenta a um público adepto ao estilo de vida sem o consumo de produtos de origem animal, mas que não abre mão da praticidade no preparo e do sabor no paladar, a Tensei, de Farroupilha, comemora o crescimento na procura por congelados veganos que impulsionam seus negócios no mercado.
Criada há sete anos e gerando 200 empregos diretos e indiretos, a empresa viu seu faturamento vitaminar 35% no último ano, a despeito da pandemia, e não se intimidou em duplicar a produção de congelados. A meta para 2022 é chegar, pela primeira vez, a um faturamento na casa de R$ 1 milhão.
Entre as grandes novidades para este ano está um hambúrguer de pinhão, araçá e butiá. Levou sete meses para ser planejado. O produto atualmente está sendo testado por familiares e amigos e a ideia é colher sugestões para aprimorar o hambúrguer antes de lançar no mercado. A expectativa é que a iguaria chegue aos supermercados até o final deste ano. No radar de lançamentos, há ainda congelados específicos para crianças e idosos.
“O veganismo é um mercado que cresce dia após dia porque reúne diferentes perfis de públicos. São aqueles que querem comer de forma mais saudável, que são exigentes e pesquisam o rótulo. Mas também há os que são adeptos por questões de saúde, ética ou ecológicas. A Tensei busca seu espaço nesse mercado explorando o saudável dentro do vegano”, afirma Thiago Diniz, proprietário da empresa.
Entre os produtos já desenvolvidos exclusivamente pela marca estão desde os hambúrgueres de berinjela, brócolis, grão de bico; salsichas de cenoura e quinoa orgânica; e até mesmo os veggets (a versão vegana dos nuggets) de quinoa e também de grão de bico. Ou seja, a estratégia é apostar em uma combinação de legumes, grãos e sementes que substituem a soja, presente em cerca de 90% dos produtos veganos.
Outro diferencial é que a matéria-prima precisa ser orgânica, não transgênica, livre de alérgenos, sem lactose, conservantes ou qualquer outro tipo de ingrediente artificial. Produtores da região são priorizados, mas algumas matérias-primas são trazidas do interior de São Paulo e até mesmo de outros países da América do Sul.
Os ingredientes chegam até a fábrica da Tensei em Farroupilha (foto), onde são processados, congelados, embalados e distribuídos. A unidade da empresa foi pensada com a utilização de energia solar, composteira e uma máquina de ozônio para purificação no lugar do cloro, que permite a reutilização da água.
Outro diferencial está na embalagem, feita de papel celofane, material 100% biodegradável que se decompõe após oito meses. O material é produzido em Limeira (SP), com uma tecnologia importada do Japão e que a Tensei ajuda a desenvolver.
O objetivo, segundo Diniz, é buscar a ISO 21000, certificado que permitirá a exportação dos produtos. Enquanto isso, a meta da empresa para os próximos anos é expandir a marca nacionalmente no varejo e nos restaurantes e lanchonetes voltados ao veganismo.
Vegetais para tubarões
O modelo de negócio da Tensei foi apresentado no programa Shark Tank Brasil, exibido pelo canal Sony Brasil, no ano passado. Diniz e a sua esposa fecharam negócio com a empresária Cristiana Arcangeli, conhecida no mundo dos cosméticos. Ela investiu R$ 225 mil na marca por 40% de participação.
Assista aqui: Shark Tank Brasil