Caxias do Sul 22/11/2024

Expectativa na Serra: fica a bandeira vermelha ou volta a laranja?

Amesne apresentou recursos e governo confirma no final da tarde desta segunda-feira o mapa definitivo de distanciamento
Produzido por redação, 20/07/2020 às 10:36:11
Expectativa na Serra: fica a bandeira vermelha ou volta a laranja?
Comércio já está há uma semana fechado por conta da bandeira vermelha
Foto: Cristhian Silva

Com as atividades restritas na última semana, só atuando com delivery, pague e leve e drive thru, os comerciantes da Serra estão na expectativa para saber se o governador Eduardo Leite acolherá os recursos encaminhados pela região para reverter a bandeira vermelha.

Pela segunda semana seguida, os 49 municípios da região foram classificados na bandeira vermelha (risco alto para contaminação pela Covid-19) na 11ª rodada preliminar do mapa de distanciamento controlado do Rio Grande do Sul, divulgada no final da tarde de sexta-feira (17).

As prefeituras e entidades tinham até domingo (19) para apresentar seus argumentos para tentar reverter a decisão, medida mais uma vez encabeçada pela Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), ao justificar que, a despeito do aumento de casos, o número de leitos disponíveis não sofreu grandes alterações. Os recursos estão sendo avaliados pelo Comitê de Crise nesta segunda-feira, mesmo dia em que o governador Eduardo Leite anunciará o mapa definitivo, que passará a valer nesta terça-feira (21). O Estado recebeu 59 pedidos de reconsideração das bandeiras.

A partir do mapa definitivo a ser divulgado no final da tarde desta segunda-feira, a Serra seguirá dois caminhos: ou se manterá na bandeira vermelha, com a suspensão do atendimento presencial em estabelecimentos não essenciais, ou recuará para a bandeira laranja, garantindo a abertura das lojas, seguindo as normas de higiene e distanciamento para inibir o contágio pela doença.

Se a medida for mantida, pela segunda semana seguida, o comércio não essencial deverá ter atuação restrita, mantendo como exceção o atendimento pelo delivery, pague e leve e drive thru, com 25% das equipes.

De forma preliminar, o Rio Grande do Sul compreende 18 regiões com bandeira vermelha, 90% do Estado. A bandeira laranja vigora somente em duas regiões no sul do Estado, em Bagé e Pelotas. A acompanhar como ficará na versão definitiva do mapa para esta semana.

Indignação e concorrência desleal

Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul, Renato S. Corso, o setor está revoltado com a falta de critérios mais claros para a proibição do comércio de itens classificados como não essenciais, em especial de lojas de micro e pequeno porte, que dependem da venda diária para sobreviver. Enquanto esses estabelecimentos não estão autorizados a efetuar atendimento presencial, grandes redes supermercadistas acabam oferecendo os mesmos itens, sem que haja a proibição da venda das mesmas mercadorias, questiona.

“Vemos que as lojas estão seguindo todos os cuidados, usando álcool gel, máscara, mantendo o distanciamento, algumas também estão disponibilizando tapetes com água sanitária para limpar o calçado antes de entrar, sem falar que elas não causam aglomerações na entrada e nem no interior do local. E, mesmo assim, estes empreendimentos não podem receber o consumidor. Enquanto que grandes redes, como hipermercados, podem comercializar o mesmo produto que o comércio pequeno vende e o decreto não proíbe este tipo de operação nestes locais. O comércio de micro e pequeno porte é quem está pagando a conta. Além disso, enquanto algumas atividades estão sendo retomadas, estabelecimentos que atendem poucas pessoas por dia, por exemplo, não podem receber consumidores. Perdeu-se a lógica do distanciamento”, critica Corso.

Já o Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) de Caxias do Sul está na expectativa para que a decisão seja revertida, já que a sobrevivência dos pequenos negócios está em jogo:

"A nossa esperança é de que o poder público municipal, juntamente com a Amesne, possa reverter essa bandeira para a laranja com a apresentação de argumentos sobre a organização do sistema de saúde para conter o coronavírus. O comércio não tem mais condições de se manter com as portas fechadas. Precisamos de alternativas para atender os clientes, independentemente da bandeira", declara a presidente do Sindilojas Caxias, Idalice Manchini.