O crescimento de 2,9% da economia caxiense em dezembro de 2020 não foi suficiente para anular os números negativos acumulados num ano em que a conjuntura mundial foi posta à prova.
Dessa forma, o desempenho dos negócios locais fecha 2020 em vermelho, com queda de 8,3%. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (4/2) pela CIC e CDL de Caxias. E evidenciam algumas curiosidades bem acentuadas:
1ª) A indústria foi o setor que mais rapidamente se recuperou da crise, fechando o ano em estagnação, com redução mínima de 0,9%.
2ª) Os setores de serviços e do comércio foram duramente afetados pelas drásticas medidas de fechamento dos estabelecimentos, acumulando, ambos, redução superior a 16% nas vendas em 2020. Para ser mais preciso: serviços, -16,9% e comércio, -16,7%.
3ª) O setor de serviços foi fortemente impactado e congrega atividades muito distintas como educação, eventos, turismo, lazer, muitas com restrições de aglomeração via decretos municipais e estaduais.
4ª) Dezembro foi um mês que esboçou recuperação, com avanço de 25,1% na indústria sobre o mesmo período de 2019. Já o comércio cresceu 3% na comparação com novembro.
“Em abril, com a questão do isolamento social, os primeiros números que captávamos sinalizavam que seria um ano extremamente desastroso. Pensávamos que os números da queda seriam de dois dígitos, mas felizmente isso acabou não acontecendo. Houve um movimento de recuperação da economia, e a indústria por pouco não ficou no zero a zero”, considerou a diretora de Economia, Finanças e Estatística da CIC, Maria Carolina Gullo.
O presidente da CIC Caxias, Ivanir Gasparin, avaliou que a retomada da economia e, principalmente, dos empregos e do poder de compra dos consumidores deverão ganhar impulso se o governo fizer a sua parte, implementando as reformas administrativa e tributária e investindo em obras de infraestrutura.
“As reformas são uma maneira de os governos municipal, estadual e federal terem fôlego”, frisou Gasparin.
Como resultado desse pano de fundo, Caxias do Sul encerrou o ano de 2020 com 4.072 postos formais de trabalho a menos. Hoje, a cidade emprega 145.590 empregos.
O assessor de economia e estatística da CDL, Mosár Leandro Ness, destaca que os últimos dois meses do ano seguiram a sequência de resultados positivos, mas ainda foram insuficientes para uma recuperação de maior fôlego no ano.
"A pandemia trouxe muita instabilidade no mercado e afetou a confiança do consumidor de forma profunda, o que impactou a capacidade e a intenção de compra da população", sintetiza o executivo.