Caxias do Sul 21/11/2024

E o Oscar vai para... para quem, mesmo?

Cerimônia de entrega das tradicionais estatuetas corre o risco de ser adiada ou mesmo cancelada em 2021, devido à pandemia
Produzido por Marcos Fernando Kirst, 20/05/2020 às 09:11:53
E o Oscar  vai para... para quem, mesmo?
Foto: DIVULGAÇÃO

POR MARCOS FERNANDO KIRST

Quando o mundo vai, enfim, voltar ao normal, passada a pandemia do coronavírus? Ninguém sabe. E o que será esse “normal”, passada a pandemia? Também não é possível responder. O fato é que o mundo de amanhã não será mais igual àquele a que estávamos habituados antes de começarem as restrições para combater a Covid-19, e as mudanças já estão aí; o mundo, na verdade, não é mais o mesmo já hoje.

O que era normal, virou exceção; o que era tradição, teve de ser alterado e um dos setores mais atingidos pelas drásticas medidas contra a aglomeração de pessoas, a fim de evitar o contágio, foi o do entretenimento, promovendo um baque indimensionável nas áreas do cinema, do teatro, dos shows, dos espetáculos feitos ao vivo, das competições esportivas e por aí afora.

Os cinéfilos do planeta inteiro, por exemplo, que estavam acostumados, todo o início de ano, a preparar o balde de pipoca, puxar o pufe pra perto do sofá da sala e acompanhar ao vivo a transmissão da cerimônia de entrega do Oscar, já podem ir tirando seus cavalinhos da chuva, ensacando suas violas e procurando um livro pra ler, porque, ao que tudo indica, em 28 de fevereiro de 2021, conforme estava agendado, não vai ter Oscar, não!

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, sediada em Los Angeles, nos Estados Unidos, entidade responsável pela entrega dos prêmios, ainda não se posicionou oficialmente sobre o assunto, mas já é voz corrente no meio cinematográfico norte-americano que a cerimônia de 2021, se não for cancelada, será, no mínimo, adiada. Isso porque a indústria cinematográfica no mundo inteiro paralisou suas atividades em função da pandemia, com a produção de filmes suspensa e/ou cancelada, estreias suspensas e/ou adiadas, cinemas de portas fechadas, e multidões de atores, diretores, cinegrafistas, maquiadores, continuístas, editores etc, todos confinados em suas casas, exercitando a arte vital da quarentena.

As regras em vigor até então estabeleciam que um filme precisava ser exibido no circuito comercial tradicional dos Estados Unidos até uma semana antes de 31 de dezembro do ano anterior, a fim de se habilitar a entrar na competição pelas estatuetas. Já há meses que filme algum é lançado e exibido nas salas (fechadas) norte-americanas, o que certamente impactará na formatação do Oscar do ano que vem. De qualquer forma, o presidente da Academia, David Rubin, garantiu, em comunicado à imprensa, que “é impossível saber qual será o cenário. Sabemos que queremos celebrar o filme, mas não sabemos exatamente de que forma isso será feito”.

As perdas de faturamento no setor são astronômicas, a começar pelos direitos de transmissão da cerimônia para o mundo todo. Em 2017, a rede de televisão norte-americana ABC pagou US$ 80 milhões pelo direito de transmitir a premiação. Dessa vez, o Oscar terá de ir para a criatividade e a capacidade de a Academia se reinventar...