POR MARCOS FERNANDO KIRST
Um dos ícones referenciais da Música Popular Brasileira completa 50 anos neste 2021: o disco “Construção”, de Chico Buarque de Hollanda, lançado no ano de 1971. Além de ser um marco na história contemporânea da música no Brasil, o álbum pontua também um período de transição importante na carreira do artista.
As dez faixas que integram o disco foram compostas no Brasil e na Itália ao longo dos 14 meses anteriores, período em que Chico esteve autoexilado naquele país em função da ditadura militar que vigorava por aqui desde o golpe de 1964. As canções representam o passo decisivo no processo de maturidade artística de Chico, a tal ponto de todas as faixas, analisadas hoje em retrospecto, terem se transformado em clássicas.
Para a composição de algumas delas, Chico contou com a colaboração de alguns de seus amigos famosos como Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Toquinho. Gravado em quatro canais, tecnologia de estúdio revolucionária na época, o som soa ainda hoje vigoroso, endossado pelas letras metafóricas e geniais, aliadas a arranjos inesquecíveis.
O tempo de escuta é curto para os padrões digitais de hoje, apenas 33 minutos, gravados nos lados A e B do vinil original. Ali estão, na ordem, as imprescindíveis “Deus lhe Pague”, “Cotidiano”, “Desalento”, “Construção”, “Cordão”, “Olha Maria”, “Samba de Orly”, “Valsinha”, “Minha História” e “Acalanto”.
Impossível pinçar algumas canções para elegê-las como principais do álbum, que funciona como um conjunto coeso de qualidade. O jeito é prestar homenagem e aplacar a nostalgia ouvindo-o todo.
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